Água limpa e energia sustentável

 

Opinião - 20/03/2009 - 19:13:21

 

Água limpa e energia sustentável

(*) Dilma Pena é secretária de Saneamento e Energia do Estado de São Paulo

 

(*) Dilma Pena .

Foto(s): Divulgação / Arquivo

 

O futuro da humanidade depende de água e energia limpas. Elas se completam. São Paulo tem feito o dever de casa. Em vários programas de saneamento, o governo Serra investirá até 2010 R$ 8,33 bilhões. Além dos projetos na capital, como a despoluição dos rios Tietê e Pinheiros, existem outros em curso no interior, como o de recuperação e proteção de várzeas, o de saneamento rural e várias obras da Sabesp. Na Baixada Santista e no Litoral Norte, há o projeto Onda Limpa.

A universalização do saneamento básico é um desafio de todos. Somente 59,5% da população brasileira urbana possuem rede de esgoto e 91,9% têm água potável. Em São Paulo, a situação é bem melhor: 89,6% com ligação a rede de esgoto e 99,1% com abastecimento de água.

Água limpa e energia renovável estão entre as preocupações do presidente norte-americano, Barack Obama. Pela primeira vez na história, água e energia limpas foram citadas por um presidente no discurso de posse. Obama anunciou o estímulo ao uso de energia solar e eólica. Nos primeiros dias no poder, tomou medidas para reduzir a poluição de veículos. É uma reviravolta em relação ao governo Bush.

Com 5% da população mundial, os Estados Unidos consomem um quarto da energia do planeta e exibem uma matriz energética altamente poluidora e geradora de gases do efeito estufa: 80% são de combustíveis fósseis.

A matriz energética brasileira não é cruel como a norte-americana, mas a expansão da chamada energia suja preocupa. Nos últimos leilões de energia nova, de cada três MWmédios contratados dois são térmicos. No ano passado, foram negociados 1.504 MWmédios de energia hidráulica  (a maior parte de Jirau, para o período 2013-2042), limpa e renovável, e 4.628 de térmicas (2009-2027), a maioria a gás ou óleo, uma energia mais cara, poluidora e não-renovável.

Num prazo mais curto, de 2008 a 2016, a evolução dos leilões de energia nova também apresenta um gráfico desalentador: 6.420 MWmédios de energia hidráulica, ao preço médio histórico de R$ 100,60/MWh, e 11.136 MWmédios de termelétricas (a R$ 135,56). País tropical e com potencial eólico, solar e de biomassa ainda pouco aproveitado, o Brasil precisa reverter essa tendência.

Quase a metade (45,9%) da energia brasileira é renovável, situação bem melhor do que a mundial (12,9%) e a dos 30 países da Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OECD), de apenas 6,7%. Em São Paulo, mais da metade (52%) é de energia renovável.

Na área de energia, destacamos cinco projetos do governo do Estado: a elaboração o Atlas Eólico do Estado de São Paulo; os estudos da matriz energética (diversificada e menos dependente do petróleo e do gás) com horizonte de 30 anos e do potencial hidrelétrico remanescente (visando levantar aproveitamentos viáveis, sobretudo de pequenas e micros centrais hidrelétricas), a cogeração com o bagaço de cana e a geração de energia a partir de resíduos sólidos.

São Paulo processa 296 milhões de toneladas/ano de cana-de-açúcar, e o Brasil, 493 milhões t/a. Estudos feitos pela SSE em 2007 identificaram 104 usinas com projetos de geração de excedentes que poderão operar nos próximos anos. A capacidade adicional dessas unidades, prevista para 2008, é de 287 MW excedentes, para 2012 a previsão é de 3.779 MW excedentes. A SSE facilitou a integração das usinas ao sistema do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS). São Paulo é um exemplo no Brasil: trabalha para ter energia e rios limpos, para garantir um futuro sustentável para nossos filhos e netos.

(*) Dilma Pena é secretária de Saneamento e Energia do Estado de São Paulo

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