Equilíbrio, a palavra chave entre excesso e falta

 

Opinião - 21/03/2009 - 00:48:30

 

Equilíbrio, a palavra chave entre excesso e falta

(*) Mauricio Antonio da Silva - Femma Projetos e Gestão de Reciclagem e Educação Ambiental

 

(*) Mauricio Antonio da Silva .

Foto(s): Divulgação / Arquivo

 

Li recentemente algo que exemplifica as mudanças que o mundo enfrenta. Em Bangladesh, uma micro empresária criava frangos, porém, com as enchentes e alagamentos, seu negócio ia de mal a pior. Mas com visão e praticidade não teve dúvidas: passou a criar patos e com esta mudança em seus negócios está prosperando.

O leitor poderá achar que é uma história tola, porém este episódio mostra algo que a cada dia passa a ser uma situação inexorável: por conta do aquecimento global e das transformações e choques climáticos o mundo enfrenta paradoxos entre a falta absoluta de água e as enchentes e alagamentos em distintas regiões do globo.

As mudanças climáticas por conta do desequilíbrio causam preocupação na sociedade como um todo. É o que chamo de “aquecimento pessoal”. Pessoas (física e jurídica) estão se mobilizando para reduzir a emissão de gases de efeito estufa, discutir opções energéticas limpas, implantar realmente uma política de reciclagem de resíduos sólidos e/ou sua reutilização, bem como difundir e replicar, como ensinamento básico, a tão propagada educação ambiental nas indústrias em geral, escolas e em forma de cultura útil na mídia.

Enquanto países estão mobilizando-se para solucionar o problema das enchentes que dizimaram cidades e populações, existe o lado B, ou seja, outros países se mobilizam para combaterem secas e queimadas jamais vistas em sua história.

Nosso santuário ecológico e mais rico bioma do planeta é pródigo. Na selva amazônica existem duas estações de tempo distintas: a seca e a temporada de chuva, onde durante seis meses chove torrencialmente e dá origem à maior área alagada do mundo com 120.000 quilômetros quadrados de superfície coberta pela água; e o milagre acontece, nasce um novo bioma, uma nova diversidade de vida, onde as folhas e frutos dão origem a um numero incrível de remédios naturais para uso consciente pelos laboratórios e manipulação de fórmulas.

Mas justamente aí reside à diáspora. Quando é a Mãe Natureza que manda água sem nossa intervenção ou má gestão, não existem vítimas, apenas beneficiários.

Embora existam indícios que desde o século 19 as pessoas começaram a se unir pela preservação do meio ambiente, foi somente a partir de 1972, em Estocolmo, na Suécia, que através da Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente Humano foi criado o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente. Era o inicio do debate internacional sobre o impacto da atividade econômica global sobre o meio ambiente, quebrando as fronteiras entre países. Houve, então, a avaliação profunda de que o mundo crescia sob duas vertentes: desenvolvimento econômico e tecnológico. Não existia, portanto, a preocupação com o esgotamento dos recursos naturais, isto é, a terceira base do desenvolvimento sustentável.

Foi esta reflexão, pelos principais líderes políticos e empresariais, que levou a criação de legislação de proteção ambiental, o que por sua vez causou (ou pelo menos começou a causar) uma mudança na conduta das empresas. Estas passaram a adequar seus processos produtivos levando em consideração a preservação dos recursos naturais, como o tema deste artigo.

No mundo atual, uma empresa que não tenha essa consciência sofre uma série de impactos negativos, que vão desde restrição a exportações para seus produtos, custo maior para adquirir apólices de seguros de seus ativos, até a desvalorização de seu valor de mercado e conseqüente perda de investimentos e investidores.

Sua Imagem corporativa fica comprometida, seus produtos começam a encalhar nas prateleiras e ela corre o risco de mais dia menos dia desaparecer por completo do mercado.

Neste dia mundial da água, talvez seja momento para apertar o botão do “fazer” e colocar em prática todos os discursos ambientalistas, agregando pessoas e convergindo interesses para reciclagem e reutilização da água e todos os recursos naturais.

Ou então faça como a micro empresária de Bangladesh: Crie patos, afinal eles sabem nadar!

(*) Mauricio Antonio da Silva - Femma Projetos e Gestão de Reciclagem e Educação Ambiental.

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