O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, anunciou nesta quinta-feira a concordata da Chrysler e o acerto de uma parceria com a italiana Fiat, em uma tentativa para salvar a montadora. "Estou satisfeito a anunciar que a Fiat e a Chrysler formaram uma parceria", disse.
Segundo os termos do acordo, anunciados anteriormente, a Fiat cederia à Chrysler tecnologia e plataformas para veículos pequenos, de modo que a montadora americana os produza na América do Norte.
O pedido de proteção contra falência ocorrerá em Nova York e o governo fornecerá até US$ 3,5 bilhões em financiamento para dívidas e até US$ 4,7 bilhões quando o acordo de aliança for fechado e a reestruturação for completada de 30 a 60 dias.
Obama disse também que o governo vai apoiar a parceria, mas que "cada centavo dos contribuintes será devolvido" quando a Fiat assumir a Chrysler, se referindo ao aporte financeiro dado à empresa americana.
O pedido de concordata se tornou necessário após o fracasso de negociações entre o Tesouro americano e credores da Chrysler para reduzir completamente a dívida da montadora.
A Chrysler deve operar normalmente durante o processo de proteção contra falência, reduzir sua rede de concessionárias e buscar autorização para pagar fornecedores e outras empresas, informou a autoridade do governo norte-americano.
Obama criticou um "pequeno grupo de especuladores" por colocar em risco o futuro da Chrysler. Ele afirmou ainda que tem confiança que a empresa sairá da recuperação judicial mais forte e mais competitiva.
Concordata
O pedido de concordata inclui requisição de rápida aprovação de aliança com Fiat e venda de ativos para nova empresa. A Chrysler afirma que poderá deixar o processo de proteção em 30 a 60 dias e o presidente-executivo da montadora deixará cargo após a recuperação e a aliança com a Fiat.
A nova Chrysler comprará todos os ativos da antiga Chrysler em troca por pagamento de US$ 2 bilhões a credores garantidos. O Tesouro dos EUA terá 8% de participação na nova empresa e o direito de nomear quatro diretores. Os governos do Canadá e da província de Ontario terão, juntos, 2% das ações.
As operações mexicanas, canadenses e em outras partes do mundo não fazem parte do pedido de concordata. A maior parte produção será temporariamente paralisada a partir de 4 de maio como parte da reestruturação e o ritmo normal será retomado em 30 a 60 dias.
Os maiores credores da Chrysler concordaram em trocar dívida de US$ 6,9 bilhões da montadora por US$ 2 bilhões em dinheiro. O sindicato de metalúrgicos United Auto Workers fez concessões sobre salários, benefícios e plano de saúde para os aposentados que ajudarão a poupar empregos e tornar a Chrysler mais competitiva.
A alemã Daimler, uma acionista minoritária, abrirá mão de seus 19% de participação na montadora e pagará US$ 600 milhões aos fundos de pensão da Chrysler. A Cerberus vai desistir de toda a sua participação na Chrysler.
A GMAC oferecerá financiamento aos revendores e clientes da Chrysler, e continuará a fazê-lo após a montadora sair da concordata. O governo dos Estados Unidos oferecerá recursos que a GMAC necessita para suportar os negócios da Chrysler.
A Chrysler honrará as garantias de veículos vendidos. O Tesouro dos EUA está disponibilizando US$ 280 milhões para apoiar o financiamento de garantias de carros vendidos durante o período de reestruturação.