O Ministério dada Saúde confirmou, neste sábado, que duplicou, de ontem para hoje, o número de suspeitos de contaminação com o vírus H1N1, responsável pela gripe suína, passando de sete para 14 pessoas nessa condição. Seis casos são no estado de São Paulo, quatro no Rio de Janeiro, três em Minas Gerais, e um no Espírito Santo. Para reforçar o monitoramento de potenciais casos de pessoas contaminadas, o Gabinete Permanente de Emergências do ministério alterou os critérios que definiam pessoas suspeitas e em monitoramento.
A partir de agora passam a ser consideradas suspeitas pessoas provenientes de qualquer áreas dos países com confirmação de situações de gripe suína, aquelas que apresentam sintomas (febre acima de 38ºC e tosse, dor muscular ou na cabeça e dificuldade de respiração) ou ainda as que tenham tido contato próximo com infectados. Até esta sexta-feira, só figuravam no rol de suspeitas as pessoas que vinham de regiões afetadas dentro de países infectados.
De acordo com as informações repassadas neste sábado pelos Estados ao Ministério da Saúde, são 37 os casos de pessoas em monitoramento. Por enquanto, 38 pessoas que poderiam estar com gripe suína tiveram este diagnóstico descartado.
Apesar da forte alta de situações suspeitas e de fortes chances de o Brasil em breve haver confirmação de infectados em território nacional, o Ministério da Saúde diz que não há razão para pânico.
"Não podemos de toda maneira descartar (que os suspeitos possam estar infectados), mas não há motivo para pânico. O Brasil vai detectar casos e temos que preparar toda a rede para detectar (os infectados) da forma mais rápida possível", explicou o diretor de Vigilância Epidemiológica do Ministério da Saúde, Eduardo Hage. "O que é possível fazer é conter a expansão da doença e isso vários países já estão fazendo."
Em nota, o governo brasileiro reiterou que "não recomenda" que a população tome medicamentos por conta própria, uma vez que "a automedicação pode mascarar ou atenuar sintomas, além de provocar resistência ao medicamento específico para influenza".
O que é a gripe suína
É uma doença respiratória que atinge porcos causada pelo vírus influenza tipo A, que tem diversas variantes. Algumas das mais conhecidas são a H1N1, a H2N2 e a H3N2.
A gripe suína geralmente não atinge os humanos, e até então eram raros são os casos de contágio de pessoa para pessoa. A contaminação ocorre da mesma forma que a gripe comum, por meio de perdigotos (gotículas de saliva) lançados na tosse e espirros.
Sobre o recente surto que teve origem no México, a Organização Mundial de Saúde (OMS) confirmou que alguns dos casos registrados são formas não conhecidas da variedade H1N1 do vírus Influenza A.
Ele é geneticamente diferente do vírus H1N1 que vem atacando humanos nos últimos anos e contém DNA associado aos vírus que causam as gripes aviária, suína e humana, incluindo elementos de viroses européias e asiáticas.