A maioria dos documentos secretos que o governo tornou públicos em março, estaria, desde 1997, passível de liberação por lei e sem restrições. Os papéis receberam tarjas pretas para ocultar parte do conteúdo em 2005, após uma mudança operada sigilosamente pelo Gabinete de Segurança Institucional (GSI) da Presidência da República.
Os documentos compreendem mais de 3 mil páginas de atas do Conselho de Segurança Nacional, de 1934 a 1988, inclusive durante a ditadura. Segundo o jornal, os documentos, que deveriam ter sido liberados integralmente em 2009, foram classificados de ultrassecretos pelo GSI e podem permanecer em sigilo para sempre.
Segundo o GSI, parte do acervo foi classificada como sendo do alto grau de sigilo, como previsto no decreto 4.553, de 27 de dezembro de 2002, após decisão da Comissão de Averiguação e Análise de Informações Sigilosas. As tarjas pretas, afirmou o gabinete, foram colocadas com base na lei 11.111, de 5 de maio de 2005. De acordo com o GSI, o material foi classificado como ultrassecreto em 2005.
O GSI, assim como a Casa Civil, não disse quando ocorreu a reunião da comissão e nem quais ministros teriam aprovado o embargo.