Em meio à retomada do debate em torno da proposta de reforma política, o presidente da Câmara, Michel Temer (PMDB-SP), reconheceu nesta quarta-feira que o texto de uma forma completa só poderá ser efetivamente aplicado nas eleições de 2014.
Temer, no entanto, ressaltou que vai fazer o que for possível para que pelo menos algumas mudanças possam ser aplicadas em 2010. A idéia, segundo ele, é que questões como financiamento público de campanha e adoção do voto em lista fechada possam ser acordadas entre os deputados ainda este ano.
Temer deixou claro que é a favor do financiamento público, mas não exclusivo. O presidente defende que exista a possibilidade de doações privadas desde que elas sejam feitas para o Estado, via Tribunal Superior Eleitoral (TSE), por exemplo, e dividido entre os partidos.
"Podemos adotar talvez o financiamento público exclusivo ou misto. Eu pessoalmente vou sugerir que as empresas privadas possam contribuir para um fundo de estatais", afirmou. "A sociedade como um todo vai poder contribuir e acho que patrocinarão as eleições. Se houver muita resistência, faremos muitas vezes. É difícil fazer uma reforma para aplicar na eleição seguinte, então ela fica para 2014."
Temer comemorou a retomada a discussão do tema e as votações feitas ontem à noite em Plenário, depois de dias seguidos em que os gastos com passagens dominou o debate na Casa. Para ele, a Câmara vive uma "nova era".