No último dia 6, saiu do campo de Tupi, da camada pré-sal da Bacia de Santos, o primeiro barril de petróleo – considerado a maior descoberta nos últimos 30 anos no mundo, com uma estimativa de 4 a 8 bilhões de barris. A extração faz parte do Teste de Longa Duração (TDL), iniciado em 1º de maio. Com o sucesso dessa etapa e o início iminente da exploração, a posição do Brasil no exterior fica ainda mais expressiva.
“Diariamente, são consumidos quase 14 bilhões de litros de petróleo no mundo. Comparativamente, todo o etanol produzido no Brasil em um ano equivale a cerca de 50 horas da exploração e consumo de petróleo no planeta. Ou seja, principalmente pela evidente questão matemática, não há oferta equivalente de substitutos.
Por isso, enquanto o mundo assiste à situação da limitação dos estoques de petróleo nos campos conhecidos, as descobertas do pré-sal no Brasil e as possibilidades tecnológicas e econômicas de sua exploração tomam uma forma grandiosa. Pois permite a ampliação da participação do Brasil no clube de Nações na vanguarda de oferta dessa commodity, com um grande diferencial geopolítico: regionalmente, o País se situar uma em zona ausente de conflitos, com plena democracia.
Evidentemente que essa disponibilidade de novos campos deve fomentar novos debates, principalmente de ordem institucional, com modelos regulatórios eficientes; ambientais, com mecanismos de controle de emissões e resíduos; sociais, com geração e distribuição de emprego e renda; e tecnológicos, com instrumentos de inovações para exploração em áreas difíceis e profundas.
Mais do que isso, a cada dia está mais claro que o mundo precisa de segurança na oferta de energia, seja ela líquida ou elétrica. E nesse contexto avançamos em duas frentes principais, seja no desenvolvimento de energias renováveis ou na descoberta economicamente viável de novos campos para exploração de combustíveis fósseis”, comenta Antonio Carlos Porto Araujo, consultor de energia renovável da Trevisan.
