Ele anda tão bem quanto o Volkswagen Jetta, uma referência em desempenho no segmento, e consegue ser tão suave dinamicamente quanto o Honda Accord, uma referência em conforto e espaço interno no campo dos sedãs médio-grandes de luxo. Essas características são os principais atributos do novo Fusion SEL 2.5 16V, versão que ocupará o posto de entrada para o modelo com preço a partir de R$ 84 900.
Agora com roupagem bad boy, a Ford acertou a mão na linha 2010 e construiu um carro esmerado nos detalhes de acabamento. Em uma volta ao redor do modelo é possível notar essa qualidade nos para-choques bem encaixados, o cuidado em colocar uma armação cromada ao redor do farol de neblina e, o que deve ser uma lição aprendida com os japoneses, não ter detalhes que diferenciem abruptamente essa configuração quando comparada com a top de linha V6. Até mesmo as rodas de liga leve de 17” calçadas em pneus 225/50 são iguais e contam com monitoramento da pressão dos pneus.
Bem equipado de série, o Fusion 4 cilindros conta com ar-condicionado digital de duas zonas, 6 airbags, direção elétrica, sistema de som premium com capacidade para 6 CDs e 12 alto-falantes, bancos do motorista e passageiro elétricos, sensor de estacionamento, interior de couro e faróis com acendimento automático. Além disso, ele conta com os importantes controles de tração (AdvanceTrac) e estabilidade (ESC). Com relação ao V6, o sedã fica devendo o sistema Sync, que permite reproduzir DVD por meio de uma tela de 8” no painel e traz MP3 player com conexão USB e para iPod, além da função juke box, que armazena até 10 GB de músicas. Também ao contrário do V6, o Fusion 2.5 tem tração somente na dianteira e o câmbio não oferece a opção de trocas sequenciais, mas mantém as 6 marchas. A garantia de três anos é comum a ambos.
O único opcional do Fusion será o teto solar elétrico, que acrescenta R$ 4 000 no preço básico e eleva seu valor para R$ 88 900. Segundo Antonio Baltar, gerente-geral de marketing da Ford Brasil, essa diferença de R$ 15 000 entre as configurações SEL 2.5 e SEL V6, que parte de R$ 99 900, tem um motivo especial. “Nossa intenção é até mesmo puxar o comprador do 4 cilindros para o 6 cilindros, já que a diferença de preço pode ser amortizada em um financiamento, por exemplo”, explica o executivo.
Dirigindo a máquina
Em relação ao antecessor, o Fusion 2.5 conta com 10 cv a mais e seu propulsor Duratec com 4 válvulas por cilindro entrega 173 cv de potência a 6 000 rpm e torque de 22,9 kgfm a 4 000 rpm. De acordo com as medições da Ford, o motor empurra o Fusion da imobilidade aos 100 km/h em 9s9 e, se o motorista continuar acelerando, ele atingirá os 180 km/h de velocidade máxima, a qual é limitada eletronicamente.
Mas o grande apelo desse conjunto será conciliar desempenho com bons números de consumo de combustível. A fabricante diz que o sedã percorre 9,2 km com um litro de gasolina em ciclo urbano e 14,4 km/l em percurso rodoviário, um bom resultado médio de 11,8 km/l.
Quando assumimos a direção do modelo um dos destaques vai para a posição de dirigir. O “volantão” continua lá, mas os bancos, redesenhados, oferecem um excelente suporte para o corpo. A cabine segue o bom padrão externo e, se abusa um pouco no uso de plástico para um sedã dessa classe, pelo menos conta com um padrão elevado de construção.
Na estrada com o Fusion, o que se destaca no conjunto é a transmissão. Bem escalonada, seu funcionamento é preciso e não permite que os passageiros sintam quaisquer trancos, seja em manobras de avanço como de redução de marchas. Esperta para entender o que o motor precisa, ela atua com rapidez e transmite uma segurança especial ao condutor de que ele terá sempre potência para realizar uma ultrapassagem.
O conjunto de suspensão mantém a formação independente nas quatro rodas do Fusion anterior, sendo de “duplo-triângulo” na dianteira e multilink na traseira. Apenas a geometria e o conjunto de molas, barras establizadoras e amortecedores foram aprimorados para melhorar a estabilidade. Com um acerto mais para o conforto, a principal vocação do Fusion, a suspensão lida bem com as irregularidades do solo e atua de forma suave, mas se você entrar em uma curva um pouco mais forte, ela permitirá um leve movimento lateral da carroceria. Nada que desabone o conjunto, o qual ainda passou a contar com assistência elétrica na direção no lugar da hidráulica convencional.
A partir de junho, o Fusion está à disposição dos clientes nas cores Preto Bristol, Prata Munique, Cinza Berlim, Vermelho Ibiza, Branco Sibéria, Verde Lion e Azul Florence, todas perolizadas. Os 400 distribuidores Ford terão à disposição um primeiro lote com 1 000 unidades e a expectativa de vendas entre as versões é de 50% para cada. Mais equipado, potente e com preço competitivo, o cenário está pronto para que o Fusion continue sua trajetória de sucesso.