O que acontece com a GM no Brasil após concordata?

 

Economia - 02/06/2009 - 01:53:45

 

O que acontece com a GM no Brasil após concordata?

 

Da Redação com Reuters

Foto(s): Divulgação / Arquivo

 

O pedido de proteção contra a falência da General Motors (GM), uma das maiores montadoras do mundo, com fábricas em 34 países e vendas em 140, não deve afetar os negócios de suas marcas fora dos Estados Unidos, afirmou a marca. Saiba o que vai acontecer com a GM:

As operações da GM no Brasil continuarão?

A GM anunciou que nenhuma operação da marca fora dos Estados Unidos está inclusa na concordata.

A General Motors no Brasil informou por sua assessoria de imprensa que o pedido de proteção judicial da matriz não afeta as operações no País. O presidente da filial brasileira, Jaime Ardila, concederá entrevista à imprensa na terça-feira para "comentar o estado dos negócios da empresa no País".

Segundo o Procon-SP, a concordata não afeta os contratos de garantias, que deverão ser cumpridos integralmente no Brasil. Glauco Alves Martins, advogado especializado em processos de falência da Fleury Malheiros Gasparini de Cresci e Nogueira de Lima, explica que, do ponto de vista jurídico, a GM do Brasil e a dos EUA são empresas e pessoas jurídicas patrimonialmente distintas.

No entanto, a concordata da matriz pode ter efeitos na administração da filial brasileira. Para o diretor da Trevisan Consultoria e especialista no setor automobilístico, Olivier Girard, a GM do Brasil pode ter seus investimentos congelados temporariamente e até ter que reduzir custos.

O que acontecerá com a GM nos Estados Unidos?

Os planos da montadora, segundo o acordo com o Tesouro dos Estados Unidos e o governo do Canadá, é de criar uma nova marca, a "Nova GM", reestruturada, lucrativa e competitiva.

A "Nova GM" deve surgir em 60 ou 90 dias como uma companhia separada e independente da GM atual, sendo composta apenas pelas marcas e operações mais fortes.

A nova empresa vai incorporar os acordos recentes com os sindicatos United Auto Workers (UAW) e Canadian Auto Workers (CAW) e será administrada pelo atual quadro de administradores da GM.

A "Nova GM" pretende apostar nos carros e caminhões de melhor aceitação no mercado e continuar a investir em energias limpas.

Segundo comunicado, o custo estrutural da empresa será reduzido nos Estados Unidos para que as fábricas produzam cerca de 10 milhões de veículos. Sua rede de concessionárias também será concentrada, para 3,6 mil revendas.

O que a GM pediu ao tribunal de Nova York?

A GM quer que o tribunal de falências de Nova York aprove uma série de passos para viabilizar a criação saudável da nova empresa. Um dos pontos é que as revendedoras da marca continuem a operar, servindo os consumidores.

A GM também pediu que seja aprovado que a empresa use o financiamento de US$ 33 bilhões do governo para assegurar o fornecimento de peças e serviços; garantir os financiamentos; e financiar contingência para lidar com qualquer potenciais necessidades inesperadas. Além disso, quer que o Tesouro dos Estados Unidos e o governo do Canadá forneçam fundos para administrar os ativos restantes.

Quais marcas serão mantidas pela GM?

Segundo a montadora, apenas quatro marcas (consideradas as mais fortes) serão mantidas nos Estados Unidos: Chevrolet, Cadillac, Buick e GMC. No entanto, todas reduzirão seus portfólios de carros.

A empresa vai descontinuar a marca Pontiac até o final do próximo ano. Saab, Saturn e Hummer ainda são dúvidas. Na última quarta-feira, a montadora anunciou a separação total de sua filial alemã Opel, cedendo fábricas e patentes, com o objetivo de deixar o caminho livre para um possível comprador.

A montadora austríaco-canadense Magna chegou a um acordo com a GM no final de semana para salvar a Opel. De acordo com informações preliminares, a Magna pretende adquirir 20% da Opel, que junto aos 35% de seus parceiros russos somariam 55%. A GM manteria outros 35% e os 10% restantes ficariam com os funcionários da empresa. A Fiat, que fez um acordo com a Chrysler, também apresentou oferta pela Opel, assim como pelas operações da GM no Brasil e América Latina.

Haverá demissões?

Parte do plano da GM prevê reduzir seu quadro de funcionários na América do Norte de 35,1 mil para 27,2 mil até o final de 2009. A empresa também pretende reduzir os benefícios de seus aposentados.

A montadora pretende que todos seus funcionários ao redor do mundo tornem-se trabalhadores da "Nova GM".

Como a GM honrará suas dívidas?

A empresa reportou em março dívidas de US$ 54,4 bilhões. Com a venda de ativos, a GM pretende cumprir o pagamento de US$ 17 bilhões, sendo US$ 6,7 bilhões ao Tesouro Americano; US$ 1,3 bilhão ao governo canadense; US$ 2,5 bilhões ao fundo de gestão sindical encarregado de financiar a cobertura médica dos aposentados (Veba, na sigla em inglês); e US$ 6,8 bilhões em outras dívidas internacionais, excluindo a Europa.

O Tesouro americano possuirá 60,8% do capital da empresa; o Canadá, 11,7%; a Veba, 17,5%; e 10% serão destinados a acionistas e credores da marca.

Outros US$ 8 bilhões em dívidas ao Tesouro dos EUA e governo do Canadá seriam sanados em troca de títulos.

A GM da Europa será reestruturada?

Em separado, a GM da Europa anunciou um acordo de US$ 1,5 bilhão de euros em créditos para que a Opel evite ser arrastada pela concordata da GM dos EUA.

A fabricante austríaco-canadense Magna e o grupo automobilístico General Motors (GM) chegaram esta madrugada a um acordo que permitirá a salvação da Opel, filial européia da montadora americana.

O contrato fiduciário tem como objetivo manter a atividade da Opel enquanto se acertam os detalhes de um acordo definitivo, uma vez desvinculada a companhia de sua matriz.

A Magna pretende adquirir 20% da Opel, que junto aos 35% de seus parceiros russos somariam 55%. A General Motors manteria outros 35% e os 10% restantes ficariam com os funcionários da empresa. O plano prevê ainda o corte de aproximadamente 10 mil postos de trabalho, dos 52 mil que a Opel tem em vários países europeus.

A GM continuará a lançar novos carros?

Faz parte dos planos da "Nova GM" apoiar um portfólio de veículos "vencedores de prêmios", incluindo o Chevrolet Malibu, o Cadillac CTS e a marca Buick. Vários lançamentos são projetados para 2009 e 2010.

Entre as novidades estariam um Chevrolet Camaro mais barato e mais econômico; um sedã Buick LaCrosse novo; um crossover de luxo Cadillac SRX; os corssovers econômicos Chevy Equinox e GMC Terrain; o compacto Chevy Cruze; e o carro elétrico Chevrolet Volt.

O que acontecerão com as ações da GM na Bolsa?

A Bolsa de Valores de Nova York (Nyse) anunciou nesta segunda-feira que vai suspender os negócios com ações e títulos relacionados à General Motors Corporation para tirar esses papéis de sua listagem.

A administração da Nyse afirmou que GM não é mais adequada para ser listada e citou em sua decisão o pedido de recuperação judicial encaminhado pela companhia e três subsidiárias americanas.

A fabricante de equipamentos de telecomunicações Cisco substituirá a GM no índice Dow Jones. A mudança se tornará efetiva a partir de 8 de junho.

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