A Aeronáutica afirmou nesta quinta-feira que nenhum material recolhido até agora pertence ao Airbus do vôo AF447, desaparecido na última segunda-feira. De acordo com o tenente brigadeiro Ramon Cardoso, chefe do Departamento de Controle Aéreo do Cindacta 3, as bóias e o pedaço de madeira que seria um suporte para bagagens não pertencem ao vôo operado pela Air France. As manchas de óleo encontradas nesta quinta-feira também não são do combustível utilizado para aviões, mas sim de óleo para navios.
Apesar de inicialmente os destroços recolhidos terem sido interpretados como pertencentes ao Airbus, fontes da Aeronautica explicam que a confusão se deu porque, a princípio, todo e qualquer destroço encontrado naquela região - onde supostamente caiu o avião - são considerados como sendo do vôo AF447.
O material foi recolhido a cerca de 800 km de Fernando de Noronha. Foram encontrados o suporte para bagagens e bóias, mas Cardoso disse que as bóias não chegaram a ser recolhidas. O tenente brigadeiro disse que elas estavam junto ao suporte para bagagens e se soltaram no momento em que seriam retiradas do local.
Segundo a Aeronáutica, há três navios fazendo as buscas a destroços do avião atualmente. Mais dois, um deles reabastecedor, estão a caminho do provável local da queda. Outras duas fragatas francesas devem chegar ao Brasil a partir da próxima quarta-feira para ajudar nas buscas.
O acidente
O Airbus A330 saiu do Rio de Janeiro no domingo (31), às 19h (horário de Brasília), e deveria chegar ao aeroporto Roissy - Charles de Gaulle de Paris no dia 1º às 11h10 locais (6h10 de Brasília).
De acordo com nota divulgada pela FAB, às 22h33 (horário de Brasília) o vôo fez o último contato via rádio com o Centro de Controle de Área Atlântico (Cindacta III). O comandante informou que, às 23h20, ingressaria no espaço aéreo de Dakar, no Senegal.
Às 22h48 (horário de Brasília) a aeronave saiu da cobertura radar do Cindacta, segundo a FAB. Antes disso, no entanto, a aeronave voava normalmente a 35 mil pés (11 km) de altitude.
A Air France informou que o Airbus entrou em uma zona de tempestade às 2h GMT (23h de Brasília) e enviou uma mensagem automática de falha no circuito elétrico às 2h14 GMT (23h14 de Brasília). A equipe de resgate da FAB foi acionada às 2h30 (horário de Brasília).