O processo de identificação das vítimas que estavam no vôo 447 da Air France deve demorar e, ao contrário das buscas - que podem ser encerradas em até uma semana - não tem prazos definidos. Até sexta-feira, 50 corpos tinham sido resgatados em alto mar. As informações foram divulgadas pelo jornal O Estado de S. Paulo.
Familiares já tentaram acompanhar os trabalhos no Instituto de Medicina Legal (IML) do Recife, mas foram impedidas pela Polícia Federal (PF) e Secretaria de Defesa Social (SDS). "Foi frustrante. Tínhamos a expectativa de ter acesso aos corpos, mas não pudemos vê-los. Também queríamos a liberação imediata daqueles que já fossem identificados. Mas nada disso aconteceu. E o pior: não há prazo para que isso ocorra", disse Nelson Marinho, cujo filho, o engenheiro mecânico Nelson, estava na aeronave.
A entrega ou apresentação de objetos pessoais encontrados com as vítimas também não poderá ser feita. "São provas materiais, que não podem ser manuseadas, sob o risco de serem contaminadas", afirmou a Polícia Federal em nota.
O acidente
O Airbus A330 saiu do Rio de Janeiro no domingo (31), às 19h (horário de Brasília), e deveria chegar ao aeroporto Roissy - Charles de Gaulle de Paris no dia 1º às 11h10 locais (6h10 de Brasília).
De acordo com nota divulgada pela FAB, às 22h33 (horário de Brasília) o vôo fez o último contato via rádio com o Centro de Controle de Área Atlântico (Cindacta III). O comandante informou que, às 23h20, ingressaria no espaço aéreo de Dakar, no Senegal.
Às 22h48 (horário de Brasília) a aeronave saiu da cobertura radar do Cindacta, segundo a FAB. Antes disso, no entanto, a aeronave voava normalmente a 35 mil pés (11 km) de altitude.
A Air France informou que o Airbus entrou em uma zona de tempestade às 2h GMT (23h de Brasília) e enviou uma mensagem automática de falha no circuito elétrico às 2h14 GMT (23h14 de Brasília). A equipe de resgate da FAB foi acionada às 2h30 (horário de Brasília).
Desde a manhã de sábado, foram localizados 44 corpos próximos ao local onde a aeronave emitiu as últimas notificações. Mais seis corpos foram resgatados nesta sexta pela Marinha francesa e serão contabilizados quando forem transferidos a uma embarcação brasileira. As vítimas são levadas até Fernando de Noronha por embarcações da Marinha.