Atos secretos do Senado foram usados para esconder a movimentação de assessores parlamentares presos pela Polícia Federal nos últimos anos, segundo informou nesta terça-feira o jornal O Estado de S. Paulo. Um dos casos ocorreu com José Roberto Parquier, que era assessor do senador Valdir Raupp (PMDB-RO). Ele foi preso pela PF em maio de 2006 na Operação Castores, que desmontou uma quadrilha acusada de corrupção em estatais do setor elétrico.
O ato de demissão de Parquier se deu em 15 de maio de 2008 - de forma secreta - e só foi divulgado agora. O documento foi assinado pelo hoje diretor-geral, na época diretor adjunto, José Alexandre Gazineo.
Já Antônio José Costa Guimarães, acusado pelo Ministério Público Federal no escândalo da Superintendência do Desenvolvimento da Amazônia (Sudam), que envolveu também o hoje deputado Jader Barbalho (PMDB-PA), teve a exoneração publicada pelo Senado em 2 de dezembro passado. Um ato secreto, no entanto, anulou a demissão.
A exoneração de Enéas Alencastro Neto, homem de confiança do ex-senador e governador Teotônio Vilela Filho (PSDB), e que foi preso pela Operação Navalha em 17 de maio de 2007, quando trabalhava como representante do governo de Alagoas em Brasília, nunca foi publicada nem aparece na lista de atos secretos que vem sendo republicada no sistema interno da Casa. Mesmo após a posse do tucano como governador, e do suplente João Tenório (PSDB) assumir a vaga, Alencastro continuou lotado na Casa.