O Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo (TRE-SP) recebeu 2,5 mil representações protocoladas pela Procuradoria Regional Eleitoral do Estado, que faz parte do Ministério Público paulista, para cobrar R$ 390 milhões em dívidas eleitorais de empresas, candidatos e comitês referentes ao ano eleitoral de 2006.
Segundo a Procuradoria, os doadores teriam excedido o valor limitado pela legislação eleitoral para os repasses. O Órgão pede que seja cobrada multa 10 vezes maior que o valor excedido.
Segundo a publicação, fazem parte da lista 1,5 mil pessoas físicas e mil empresas. As doações teriam ultrapassado o limite das contribuições em R$ 39 milhões. Outros 850 casos ainda estão sendo investigados.
Dentre os doadores estão a Associação Imobiliária Brasileira, que é ligada, segundo a Folha, a Secovi-SP, entidade que já é suspeita de doação ilegal de campanha, segundo dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Campanhas presidenciais, deputados federais e senadores estão entre os beneficiados. As campanhas presidenciais, para a reeleição do presidente, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), e a de Geraldo Alckmin (PSDB) também fariam parte da lista de beneficiários.
O Comitê financeiro do PT teria recebido R$ 500 mil de uma empresa de táxi aéreo, que integra o Grupo Votorantim e R$ 400 mil da empreiteira Consulvix.
Segundo a procuradoria informou à Folha, serão investigadas doações que podem ter sido realizadas por empresas fantasmas. "Em alguns casos, encontramos empresas que não operam regularmente no ambiente econômico. Há indícios de que elas são de fachada, constituídas para fazer doações de quem não quer aparecer ou quem está proibido a doar", disse ao jornal, o procurador regional eleitoral Luiz Carlos Gonçalves.
