Reunidos nesta segunda-feira(12), em Brasília, os presidentes do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, e do Uruguai, Jorge Luís Batlle, criticaram em uníssono o protecionismo dos países ricos aos produtos agrícolas e exigiram o fim das barreiras para os exportadores de nações em desenvolvimento.
Lula sugeriu que a questão seja discutida na Organização Mundial do Comércio (OMC) e avisou que o Brasil não se interessará pela próxima reunião do organismo caso a questão dos subsídios agrícolas seja excluída da pauta.
O presidente destacou que o fim das barreiras protecionistas é a melhor medida que países desenvolvidos podem adotar para ajudar nações, como o Brasil, a vencer a pobreza.
"Soluções para acabar com o atoleiro em que se transformou o comércio agrícola internacional passam pela OMC", destacou Lula. "Sem concessões na área agrícola, temos pouco interesse em discutir outros temas em Doha".
Lula adiantou que colocará o assunto em discussão junto aos países do G-8, quando assistir à reunião de cúpula do grupo, entre 30 de maio e 1º de junho, na França.
"O recado que eu vou levar é: a melhor ajuda que deles podemos receber, para acabar com a fome e a miséria em nossos países, não é esmola ou tapinhas nas costas, mas o fim das barreiras à entrada de nossos produtos", disse.
Batlle, por sua vez, deu a Lula todo o aval para fazer, ao G-8, reivindicações em nome do Mercosul, do qual o Uruguai também é membro.
O presidente uruguaio disse ter certeza de que Lula receberá a mesma garantia por parte dos presidentes da Argentina e do Paraguai.
Sobre a economia regional, Lula afirmou estar ciente das dificuldades no país vizinho e anunciou que o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), entre outros, vão estimular as exportações uruguaias.
"O Uruguai, por suas tradições e independência, é um sócio essencial do Mercosul, é um parceiro político que interessa ao Brasil ver economicamente estável", declarou Lula.
O presidente brasileiro também assinou um decreto criando o Projeto Brasil-Uruguai, com o objetivo de articular a administração pública e o setor privado brasileiro, para o adensamento das relações entre os dois países
|