Quatro dos 15 senadores que integram o Conselho de Ética do Senado tiveram assessores nomeados ou exonerados por atos secretos, segundo informou o jornal Folha de S.Paulo nesta sexta-feira. São eles Demóstenes Torres (DEM-GO), Almeida Lima (PMDB-SE), Delcídio Amaral (PT-MS) e Ideli Salvatti (PT-SC).
O Conselho de Ética foi instalado para julgar o presidente da Casa, José Sarney (PMDB-AP), pela edição dos atos secretos, entre outras denúncias. A eleição dos membros foi feita em plenário na terça-feira. O presidente do colegiado, Paulo Duque (PMDB-RJ), disse considerar os atos secretos "uma bobagem inventada por alguém".
Segundo a Folha, Demóstenes aparece ligado a três medidas, duas delas referentes a troca de cargos. Ideli teve um assessor nomeado por ato secreto em seu gabinete. A assessoria da petista nega.
Outro nome envolvido com os atos secretos é o de Romeu Tuma (PTB-SP), que tem vaga no conselho por ser corregedor da Casa. Em 2004, ele assinou como primeiro-secretário 32 atos que constam em boletim administrativo que só foi publicado em maio passado.
O Conselho de Ética já recebeu pelo menos três denúncias contra Sarney. Ontem, o líder do PSDB no Senado, Arthur Virgílio (AM), afirmou que apresentará outra denúncia contra o senador, com base em reportagem do jornal O Estado de S. Paulo, segundo a qual o ex-diretor-geral Agaciel Maia nomeou por ato secreto, após negociação que foi captada em grampos da PF, o namorado da filha de Fernando Sarney.