O guarda-civil metropolitano de São Caetano do Sul apontado como o responsável pelo disparo que resultou na morte da jovem Ana Cristina de Macedo, de 17 anos, na segunda-feira (31), está em situação regular, segundo a assessoria de imprensa da prefeitura do município do ABC. Além dele, os outros dois guardas-civis envolvidos no episódio também se encontram em situação regular.
A informação foi anunciada por meio de nota oficial enviada as redações no final da tarde desta terça-feira (2). O comunicado afirma “que os três guardas prestaram concurso público em abril de 2002 e foram admitidos em julho de 2006. Nesse concurso, realizado em abril de 2005, o edital não previa a investigação social, somente de atestado de antecedentes criminais”.
Além disso, a nota diz que o fato de o guarda-civil ter sido dispensado da Polícia Militar por ter cometido uma infração disciplinar “não o impediria de participar e ser admitido em outro concurso público”. Ao finalizar, a nota completa: “A Prefeitura de São Caetano do Sul aguarda apuração dos fatos para tomar as medidas cabíveis previstas em lei”.
Normas disciplinares
Pela manhã, a Polícia Militar confirmou que o guarda-civil havia sido expulso da corporação em setembro de 1997. De acordo com a PM, o guarda havia mantido relações sexuais com uma mulher dentro do batalhão, durante o horário de trabalho. Por causa disso, transgrediu normas "disciplinares de natureza grave, desonrosa, ofensiva à dignidade militar e profissional, além de ser atentatória a instituição."
O guarda-civil, que atualmente tem 42 anos de idade, está afastado das ruas desde a morte da estudante Ana Cristina de Macedo, de 17 anos, na segunda-feira (31), na favela de Heliópolis.
Segundo o comando da Guarda Civil de São Caetano, os guardas alegaram que revidaram os tiros disparados pelos assaltantes do carro. Ela foi atingida por uma bala perdida e morreu. A Polícia Civil abriu inquérito para apurar de onde partiram os tiros. Uma suspeita de ter participado do roubo chegou a ser presa. O G1 não conseguiu localizar o guarda-civil para comentar o assunto.
Protesto
No total, 21 pessoas foram presas no protesto contra a morte da estudante. Um PM ficou ferido e três ônibus, dois micro-ônibus e quatro carros foram incendiados. Na manhã desta quarta-feira, estavam no local o patrulhamento normal e a Força Tática, que deve ficar concentrada na favela nesta quarta.
Para a PM, a manifestação se tornou ilegal a partir do momento em que os participantes passaram a fazer barricadas e queimar veículos. A polícia informou que será investigada a origem do bilhete que foi distribuído pelo local convocando a população a participar do protesto, com a promessa de entrega de uma cesta básica em troca.
Segundo a PM, 600 pessoas participaram da manifestação, que se espalhou por diversos focos da favela. Cerca de 80 policiais da Forca Tática atuaram na ação, que durou cerca de cinco horas. O policial que ficou ferido teve traumatismo craniano após levar uma pedrada na cabeça. Ele segue internado e seu quadro é estável.