Com faixas, palavras de ordem e apitos, um grupo de funcionários da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos, a maioria de Porto Alegre e região metropolitana, protestou antes e durante a cerimônia de assinatura da ordem de início das obras da BR-448, em Sapucaia do Sul (RS), nesta sexta-feira.
O objetivo da manifestação é forçar uma negociação salarial e obter uma proposta que atenda às necessidades da categoria. Os funcionários também pedem que o governo mantenha os Correios 100% público.
"O presidente Lula está prestes a assinar uma medida provisória para transformar os Correios em sociedade anônima. Somos contrários em transformar parte da empresa em economia mista", disse Rafaela Rocha, diretora-executiva do Sindicato dos trabalhadores dos Correios do Rio Grande do Sul (Sintect-RS).
Em greve desde as 22h da última terça-feira, os funcionários dos Correios querem reposição salarial de 41% mais R$ 300 de aumento real, referentes a perdas salariais desde 1994. Os funcionários também exigem plano de carreira, cargos e salário.
Discurso
Logo que começou seu discurso, Lula se dirigiu aos manifestantes dos Correios e disse considerar as propostas dos grevistas "razoáveis". O presidente afirmou que já tinha conversado com alguns integrantes da empresa, na quinta-feira em Curitiba. Lula também afirmou que a "vanguarda" deveria se curvar à vontade da maioria.
"Conheço lideranças covardes, que começam uma greve, mas não sabem dizer: 'está na hora de acabar'", afirmou. Lula disse que a sua geração de sindicalistas deveria servir como modelo para as demais. "É preciso inovar nas bandeiras e ter criatividade. É preciso responsabilidade para não brincar com o trabalhador", disse.