Durante todo o primeiro semestre de 2009, primeiro ano do governo Luiz Marinho, a maior desculpa para a não aprovação de projetos na Câmara Municipal era o embate entre situação e oposição, entretanto, no última quarta-feira, 16, o executivo passou a ter dissabores também na bancada aliada e até dentro do próprio partido, o PT.
O presidente da Comissão de Justiça e Redação, vereador Tião Mateus, PT, deixou de emitir parecer sobre o projeto que visa aumentar a taxa de cobrança de coleta de lixo na cidade. A revisão dos critérios para atribuição das novas taxas deixaram vereadores da situação em posição desconfortável promovendo, assim, a atitude do vereador petista.
Com a posição firmada por Tião Mateus a propositura feita pelo executivo municipal não pode ser apreciada em plenário.
O parlamentar, tentando amenizar o impacto de sua decisão, chegou a elogiar a atitude do executivo comandado por Luiz Marinho, mas atribuiu a sua decisão à falta de consenso na base aliada."Não pude dar parecer porque não há consenso entre os companheiros", disse Tião e complementa "os benefícios obtidos por algumas regiões não serão os mesmos para todos".
O projeto enviado pelo prefeito Luiz Marinho propõe que a cobrança da taxa de coleta de lixo seja proporcional à metragem de cada residência ou comércio (o valor atual é de R$246 independentemente da área do imóvel). Com isso algumas áreas com residências maiores ou setores onde o comércio é mais vultuoso, teriam um grande aumento na taxa de coleta de lixo e isso estaria sendo encarado com preocupação por vereadores aliados que possuem redutos eleitorais nessas regiões. Com esta atitude acendeu a luz de alerta no executivo sãobernardense. O sinal é claro de que há necessidade de haver um maior diálogo entre o prefeito Luz Marinho e sua base de sustentação.
Corre nos bastidores informações que levam a crer em um racha dentro do próprio PT, assessores que preferiram não se identificar para evitar represálias, disseram que, na semana passada, reunião que deveria ocorrer entre vereadores do PT e o prefeito Luiz Marinho não ocorreu e que os vereadores petistas teriam esperado por quase duas horas e não foram atendidos, sendo alegado problemas com a agenda do prefeito.
"Ninguém conversa com a gente. Acham que somos lixo", dispara o vereador petista Tião Mateus.
O presidente da Cãmara, aliado de Marinho, Otávio Manente, PPS, pai do deputado Alex Manete, também do PPS (que apoiou Marinho no segundo turno em 2008), disparou quando questionado sobre a posição de Tião Mateus que “Se a própria base não deu parecer você deduz o quê?”.
Outras matérias de interesse do executivo também deixaram de ser votadas durante a quarta-feira, 16, na Câmara entre elas a suplamentação de verbas solicitada pela administração e o Refis (veja matéria na página 05). Ambas não tiveram o aval da Comissão de Finanças e Orçamento presdeida pelo vereador oposicionista Admir Ferro, PSDB.
Admir Ferro, PSDB, alegou que não pode dar parecer pois disse possuir dúvidas técnicas. “Preciso de mais informações sobre os projetos”, afirmou o parlamentar tucano.
Fechando com chave dolorosa ao executivo, o plenário não emitiu, também, parecer ao projeto de Luiz Marinho que autoriza a concessão de direito real de uso de próprio municipal, pelo prazo de 50 anos, para o SENAC (Serviço Nacional de aprendizagem).
