O presidente do Banco Central (BC), Henrique Meirelles, deve se filiar a um partido político até o início de outubro e o destino mais provável é o PMDB, disse uma alta fonte do governo nesta quarta-feira. Mas a probabilidade maior, segundo essa fonte, é que Meirelles não dispute as eleições de 2010 e permaneça à frente do banco até o fim do ano que vem, como pediu o presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Como a decisão não precisa ser tomada agora, Meirelles deve aguardar o cenário no final de março de 2010 para definir seu futuro. A filiação garante que o presidente do BC dispute, se quiser, um cargo público no ano que vem. As possibilidades seriam o governo de Goiás, o Senado Federal ou até mesmo a Vice Presidência em uma chapa com Dilma Rousseff. "O que ele vai fazer é manter as portas abertas", disse a fonte.
Para concorrer nas eleições de 2010, é preciso estar filiado a um partido político até 3 de outubro. Meirelles foi eleito deputado federal pelo PSDB em 2002, mas abriu mão do mandato e do partido ao ser convidado por Lula para assumir o Banco Central.
Até pouco tempo, a candidatura ao governo de Goiás era a hipótese mais forte, mas o cenário eleitoral no Estado pode ter fortalecido o argumento de Lula. Lá, haveria dificuldades para unir os partidos que integram a coalizão nacional se Meirelles quiser disputar o cargo.
Articulador do convite ao chefe do BC, o prefeito de Goiânia, Iris Rezende (PMDB), tenta trazer Meirelles ao partido. Ao mesmo tempo, Rezende pensa em candidatar-se ao comando do Executivo do Estado. Um integrante do PMDB disse que há uma negociação avançada para a filiação do presidente do banco. A assessoria de imprensa do BC, entretando, disse "que não comenta boatos".
O PP também estaria interessado em uma filiação de Meirelles.