Reunidas neste sábado na capital para a convenção estadual do PDT de São Paulo, lideranças do partido deixaram claro que nem pensam em se descolar do PT para uma candidatura alternativa à Presidência da República. Segundo o ministro do Trabalho, Carlos Lupi, e o deputado Paulo Pereira da Silva, o Paulinho da Força, a candidatura do deputado Ciro Gomes (PSB-CE) com apoio do chamado "bloquinho" depende da vontade do presidente Lula.
"Ciro vai fazer o que o Presidente disser. Se for bom para o Lula que ele concorra ao governo do Estado, ele concorre ao governo do Estado. Se for melhor à Presidência, ele vai concorrer a Presidência", disse Paulinho.
"Não acredito que o companheiro Ciro sairá candidato sem o presidente Lula autorizar e incentivar. No momento, a possibilidade de candidatura mais forte é a da ministra Dilma (Roussef, Casa Civil)", declarou Lupi.
Nesta semana, Ciro Gomes transferiu seu título eleitoral do Ceará para São Paulo. Em Fortaleza, afirmou que a mudança seria um pedido expresso do presidente. "Num encontro que tivemos, ele me disse: 'peço apenas que você examine e deixe todas as portas abertas'", disse o deputado.
Ou Presidência ou nada
Apesar de atender ao pedido do presidente Lula de "deixar todas as portas abertas", o ex-ministro da Integração Nacional rechaçou qualquer chance de concorrer em São Paulo. A alegação foi de não ter qualquer intimidade com a rotina da maior capital brasileira. E garantiu: caso o PSB não autorize sua candidatura ao Palácio do Planalto, não participará das eleições 2010 "de jeito nenhum".
"Quem pode mais, pode menos", emendou, descartando também ser vice da ministra Dilma Rousseff (PT). Ele previu ainda que, por conta da sua mudança de domicílio, inicia-se agora uma estratégia oposicionista de minar o PSB para mostrá-lo como um partido cheio de fragilidades.
Ciro admitiu que a legenda tem pontos fracos. Contudo, disparou: "somos um partido médio e a festa de branco que marcaram para o Brasil determina um confronto entre PT e PSDB de São Paulo projetado para o País. Nós achamos que essa festa não é de branco. É uma festa do povo e queremos o nosso lugar nela".
O presidenciável assinalou que discussões estão sendo travadas dentro do chamado "bloquinho", formado na Câmara Federal por PSB, PDT, PCdoB, PMN e PRB para sua candidatura ser viabilizada. Porém, assumiu não saber como a aliança será firmada, visto a resistência dos pedetistas de só aceitarem caso Lula dê o aval.
Sobre Dilma, que afirmou poder ultrapassá-lo nas pesquisas de intenção de voto, Ciro brincou: "vou me esforçar para crescer mais até chegar aos 80% de aceitação". Em seguida, consentiu que a candidata oficial do presidente Lula tem condições de superá-lo "com muita tranquilidade".