A polícia de Borebi, no interior de São Paulo, abriu inquérito contra os responsáveis pelo vandalismo na fazenda Santo Henrique, na divisa dos municípios de Iaras, Lençóis Paulista e Borebi. Eles responderão pelos crimes de formação de quadrilha, furto, dano, esbulho possessório (retirada violenta de um bem da posse de seu dono) e progressão criminosa.
Cerca de 250 famílias do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) ocupavam desde o dia 28 de setembro a fazenda, que pertence à empresa Cutrale, alegando que a companhia está sediada em terras do governo federal, ou seja, que seriam utilizadas de forma irregular pela produtora de sucos. Ontem, após decisão judicial, os sem terra abandonaram a fazenda.
Segundo o delegado Jader Biazon, os danos causados pelos atos de vandalismo na fazenda chegam a R$ 3 milhões. Segundo ele, os trabalhadores rurais destruíram mais de 10 mil pés de laranja, além de danos causados a equipamentos como tratores, máquinas agrícolas e objetos de funcionários.
Em nota divulgada na terça-feira, o MST alega que a derrubada de árvores na fazenda foi uma forma de denunciar a grilagem das terras. "Como forma de legitimar a grilagem, a Cutrale, maior produtora mundial de sucos de laranja, realizou irregularmente o plantio de laranja em terras da União. A produtividade da área não pode esconder que a Cutrale grilou terras públicas, que estão sendo utilizadas de forma ilegal, sendo que, neste caso, a laranja é o símbolo da irregularidade", diz a nota no MST.
O delegado afirmou que já identificou os líderes do grupo, mas os nomes não serão divulgados.