O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) criticou na quarta-feira, 14, a pesquisa divulgada na terça-feira, 13, pela Confederação Nacional da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) que afirmava que cerca 72% dos assentamentos do País não produzem o suficiente para gerar renda e que 37% dos assentados brasileiros vivem mensalmente com no máximo um salário mínimo.
"Uma pesquisa feita em apenas nove assentamentos é tão tabajara e ridícula que não tem relevância alguma. Estranhamos que o Ibope se preste a esse tipo de trabalho, apenas para atender a vontade dos latifundiários", afirmou João Paulo Rodrigues, coordenador nacional do MST, por meio de nota.
Para o MST, a pesquisa - que foi encomendada pela CNA ao Instituto Brasileiro de Opinião Pública e Estatística (Ibope) - não pode ter relevância porque analisou apenas nove assentamentos.
A opinião do MST coincide com a que foi apresentada ontem pelo Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra). Em entrevista coletiva, o presidente do Incra, Rolf Hackbart, disse que o Censo Agropecuário, que teria pesquisado todos os estabelecimentos do País, demonstra números diferentes.
"Quero reafirmar que a reforma agrária produz muitos alimentos. O censo agropecuário, que pesquisou todos os estabelecimentos do País, mostra que a agricultura familiar detém 24% da área total e produz 40% do valor bruto da produção agropecuária brasileira", afirmou Hackbart.