Em visita a obras da transposição do rio São Francisco, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse, ontem quarta-feira, 14, que tanto a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, quanto o deputado Ciro Gomes (PSB-CE) têm vocação para "cantores solo". "Eu adoro os dois, mas me parece que eles têm vocação para serem cantores solo. De qualquer forma, eu adoro os dois e vamos ver o que vai acontecer", afirmou o presidente.
Os pré-candidatos à sucessão presidencial Dilma e Ciro Gomes acompanharam o presidente no trajeto. Outro pré-candidato, o governador Aécio Neves (PSDB-MG), fez uma aparição mais rápida.
Lula tratou Ciro Gomes como "companheiro" e justificou sua presença na comitiva presidencial pela participação do deputado no projeto do rio São Francisco, quando ocupou a pasta da Integração Nacional, entre 2003 e 2006. "Numa obra dessa a gente não pensa em fazer lançamento de candidatura, até porque eleição está muito longe. Numa obra dessa, a gente vem dizer pro povo que essa obra vai acontecer de verdade e que eles vão ser beneficiários de uma obra gigantesca", explicou.
Lula disse ainda que políticos de "duas caras" prometeram, mas não realizaram os trabalhos de transporte de água às regiões necessitadas do Nordeste. Lula, que justificou a visita como uma sinalização de que concluirá as obras, iniciou a viagem por Minas Gerais, passa pela Bahia e, em seguida, vai a Pernambuco.
"Essa obra foi pensada em 1847, ainda no tempo em que D. Pedro era o imperador brasileiro. Essa obra, quase 200 anos depois, não conseguiu andar para a frente, porque nós tivemos muitos governantes de duas caras, que prometiam fazer a obra em um Estado e não faziam", disse Lula no município de Buritizeiro (MG), primeira etapa da viagem, de acordo com texto divulgado pela Presidência da República.
As obras estão orçadas em R$ 6 bilhões, segundo o Ministério da Integração Nacional. Lula afirmou que não é possível usar a água do rio São Francisco sem antes recuperá-lo e citou ações como o reflorestamento para recuperar as matas ciliares e o tratamento de esgoto para evitar a contaminação do rio.
O governo prevê a conclusão de parte das obras, como tratamento de resíduos sólidos, no ano que vem. Outra etapa ficará para 2011. "Certamente, eu não vou ver, no meu mandato, tudo aquilo que está sendo feito", declarou o presidente, que termina seu mandato em 2010.
