Propaganda de papel higiênico ironiza Lula, Dilma e o PAC

 

Politica - 27/11/2009 - 07:16:53

 

Propaganda de papel higiênico ironiza Lula, Dilma e o PAC

 

Da Redação com agências

Foto(s): Divulgação / Arquivo

 

A propaganda da marca de papel higiênico Neve veiculada nesta quinta-feira em rádios de várias capitais do País usa o bom humor ao fazer referência ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, à ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, e ao Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).

A peça publicitária utiliza a voz de um imitador do presidente Lula, o humorista Beto Hora, da Rádio Bandeirantes, e brinca com a sonoridade da palavra "pack" para divulgar o novo pacote da marca, com 16 rolos de papel higiênico.

"Companheiros e companheiras: para falar do pack que vai trazer mais economia para os brasileiros, eu quero chamar aqui a maior responsável por esse sucesso. Com vocês a ministra... Ué, cadê a ministra?", diz a voz semelhante à de Lula.

Neste momento, uma voz feminina grita "Alfredo" - nome do mordomo que já apareceu em outras propagandas da mesma marca feitas para a TV. O "presidente" então usa um de seus bordões mais famosos para continuar a exaltar o produto. "Vamos aproveitar (diz rindo) que a ministra está em conferência com o Alfredo pra falar do pack econômico de Neve com 16 rolos. Nunca na história deste país o povo teve tanta maciez. Só papel higiênico Neve tem o toque da seda. É impossível viver sem Neve", afirma o imitador.

- Sou humorista há 20 anos e sempre imitei o Lula, mas deixei bem claro que sou apenas um artista. Os responsáveis pelo comercial são a agência e a empresa. Acho até que os petistas e os mais conservadores não gostarão, mas o público mais jovem vai gostar. Talvez a ministra Dilma possa não gostar, mas, por outro lado, vai ficar a mensagem de que se ela fizer alguma bobagem no governo, o Neve limpa - disse Beto Hora.

O humorista diz que não conhece Lula pessoalmente, mas, certa vez, teve um encontro com Fábio, filho de Lula, que pediu para que o humorista ligasse para o presidente e falasse bem dele.

- Olha, vê se compra umas roupinhas novas para o Fábio, afinal ele tem que se vestir bem, é filho do presidente - contou Beto, acrescentando que Lula riu muito da imitação ao telefone.

Nos shows que faz em convenções empresariais, chamado "Não recuse imitações", Beto diz que costuma apresentar a mensagem do presidente da organização como se fosse Lula:

- Todo mundo ri muito - diz.

Em comunicado à imprensa, a agência de publicidade explica o objetivo. " O resultado é uma peça cheia de bom humor, com o único interesse de promover o produto. Essa mensagem é nitidamente entendida pelas pessoas, que nem por isso deixam de escutar uma peça bem humorada e divertida".

A DPZ esclarece ainda que a campanha entrou no ar em várias praças do país, com destaque para as capitais de São Paulo e Rio de Janeiro, interior desses estados, capitais do Norte e Nordeste e do Sul do país. A criação é de Fernando Rodrigues e Kleber Fonseca e a direção de criação de José Zaragoza, Fernando Rodrigues e Diego Zaragoza.

O Conselho de Autorregulamentação Publicitária (Conar) disse que a propaganda ainda não foi analisada pelos conselheiros, mas a princípio afirma que não há proibição para que se faça paródia com governantes. Segundo o Conar, usar de humor em comerciais não é antiético e não desrespeita a autorregulamentação publicitária, mas caso algum consumidor ou os políticos se sintam ofendidos, poderá ser aberto um processo no Conar para a discussão ética da propaganda. Se o relator do caso verificar alguma infração ética, poderá conceder uma liminar e retirar a peça publicitária do ar.

O Palácio do Planalto informou que não comentaria a propaganda.

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