O ambiente em Honduras a poucas horas do começo das eleições é de relativa calma e com menos mobilização de propaganda política nas ruas em comparação a outros anos, quando as principais cidades estavam cheias de imagens de candidatos aos diferentes cargos em disputa.
"Eu vou votar e o farei cedo, porque não sabemos o que vai acontecer amanhã, com isso de que alguns querem boicotar as eleições", disse à Agência Efe o estudante de medicina Andrea Ramírez.
No centro de informação eleitoral instalado sob uma pequena tenda de um lado da catedral de Tegucigalpa, um dos empregados que atende ao público disse à Efe que estão há mais de um mês nesse lugar e que diariamente atendem entre 900 e 1.000 pessoas. "Isso indica que há interesse na população em votar amanhã", acrescentou.
Aura Mejía, professora de educação média e universitária, disse que em sua família não votará, porque estão "em resistência. A sua família faz parte do movimento popular que exige a restituição à Presidência hondurenha de Manuel Zelaya, derrubado pelos militares no dia 28 de junho.
A Frente Nacional de Resistência contra o golpe de Estado que exige a restituição de Zelaya em seu posto anunciou na sexta-feira que estará em "toque de recolher popular", em protesto contra as eleições, que considera "uma farsa".
Os partidos Liberal e Nacional são os que maior propaganda têm em cercas, postes do energia elétrico, semáforos, paredes e meios de comunicação, entre outros, enquanto alguns candidatos fazem propaganda com bandeiras e adesivos em seus veículos. O candidato à Presidência pela Democracia Cristã (DC), Felícito Ávila, acredita que a participação popular será significativa. "O povo sairá para votar para fortalecer a democracia. A única saída que temos para resolver esta crise são as eleições, disso não há dúvida", comentou Ávila na sede da DC.
Algo similar acontecia na sede do Unificação Democrática (UD, esquerda), onde vários dirigentes entregavam credenciais e outros documentos a seus ativistas. O Partido Inovação e Unidade-Social Democrata (PINU-SD), cujo candidato à Presidência é Bernard Martínez, por sua vez, realizou em sua sede uma conversa com dezenas de ativistas, enquanto outros chegavam na busca de informação.
Os principais meios de comunicação eletrônicos iniciaram uma programação ininterrupta com relatórios de diferentes regiões do país sobre o processo eleitoral e apelos à população para que amanhã saia a votar. O mesmo apelo foi feito pelo candidato do Partido Liberal, Elvin Santos, em entrevista coletiva para a imprensa internacional.