O basquete brasileiro ficou mais pobre nesta segunda-feira. Oscar Schmidt, 45 anos, anunciou o encerramento da longa carreira profissional. Recordista mundial de pontos do esporte (49.703), o ''Mão Santa'' admitiu que a decisão foi muito difícil e que agora quer se dedicar mais à família.
- A partir de hoje, podem me chamar de ex-jogador de basquete. Essa situação é muito triste e difícil para mim. Mas é com muita serenidade que tomo essa decisão. É difícil dizer adeus para aquilo que mais gosto de fazer. Gostaria de jogar para sempre, até o fim da minha vida, de começar de novo, mas não é possível. Espero ter mais tempo para cuidar dos meus filhos (Felipe e Stephany) e da minha esposa Cristina, que foi quem mais me ajudou ao longo de todos esses anos - disse Oscar, emocionado, na sede do Flamengo, o último clube da sua carreira, ao lado de Felipe, jogador de basquete como o pai.
Com 32 anos dedicados ao esporte, Oscar jogou 19 pela seleção brasileira e conquistou o Pan-Americano de 1987, marcando seu nome na história do esporte. O ''Mão Santa'' é o recordista de pontos da modalidade em Jogos Olímpicos (1.093) e de participações (cinco, em 1980, 84, 88, 92 e 96).
- Não sei como vou fazer outra coisa. Vou precisar muito da ajuda dos amigos e da família. Vivi intensamente o basquete - disse o jogador.
Para se manter ligado ao esporte, Oscar disse que pretende construir um centro para ensinar o basquete para crianças.
O jogador admitiu que o objetivo inicial era encerrar a carreira ao final do Campeonato Brasileiro do ano passado. Mas a expulsão na última partida do Flamengo, contra o Ribeirão Preto, o fez adiar a aposentadoria por um ano. E o craque conseguiu acrescentar mais um título ao currículo: o Campeonato Estadual do Rio em 2002.
No dia da despedida, o "Mão Santa" recebeu uma última homenagem. A diretoria do Flamengo decidiu 'aposentar' a camisa 14 do basquete do clube. Nenhum outro jogador poderá utilizá-la.
- Foi a maior honraria que recebi no Brasil - afirmou.
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