Lula visita a Ford em São Bernardo

 

Nacional - 02/06/2003 - 14:07:48

 

Lula visita a Ford em São Bernardo

 

Da Redação com agências

Foto(s): Divulgação / Arquivo

 

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez na última quinta-feira, 29, uma defesa entusiástica pela geração de empregos no País, ao apoiar o desejo da classe trabalhadora de que seja lançando um novo produto na linha de montagem de automóveis da Ford de São Bernardo do Campo, no ABC Paulista. “Se para lançar um novo produto aqui for preciso convidar o presidente mundial da Ford para vir ao Brasil já estará convidado e eu, o Alckmin (governador do Estado de São Paulo) o receberemos muito bem. E se for preciso de alguém do governo ir aos Estados Unidos, nós também mandaremos gente do governo para essa missão”, disse Lula entre assovios, aplausos e gritos de comemoração por parte dos cerca de três mil metalúrgicos, presentes à solenidade de entrega simbólica de 225 toneladas de alimentos para o Programa Fome Zero, na fábrica da Ford. “Nada mais dignifica um ser humano do que ele viver às suas próprias custas, de forma que ele não precise de ninguém para alimentar a sua família e comprar o que ele precisa para a sua casa”, observou Lula, acrescentando que “nós nos sentimos bem trabalhando e recebendo no final do mês aquilo que a gente merece pelo nosso trabalho”. Ainda no discurso, relembrou que há 33 anos iniciou suas manifestações nos comícios de porta de fábrica, naquela unidade, citando os vários companheiros de luta em um período “de muitos conflitos”. E, mais uma vez, a exemplo das demais visitas a montadoras, destacou as diferenças de relacionamentos com o empresariado. “Hoje, estamos mais amadurecidos”, disse dirigindo-se aos presidentes da empresa no Brasil, Antonio Maciel e da América Latina, Richard Canny. Mas, para chegar a esteve avanço na relação Capital Trabalho apontou que “nem tudo foi maravilha na relação dos trabalhadores com os empregadores. Houve muita guerra para que a gente tivesse paz. Mas o importante é que conquistamos um padrão de relacionamento que em poucos lugares do mundo a gente tem“. Como exemplos, tomou os Estados Unidos e a Alemanha. ”Falam que os Estados Unidos é mais democrático, que a Alemanha é mais avançada e eu duvido que existe em algum lugar do mundo um relacionamento que existe entre os trabalhadores e os empregadores da indústria automobilística, além de maior criatividade e dedicação”. Para o presidente, esse desempenho está associado à predominância de mistura de raças, em especial com a África, além do comportamento típico de alegria do brasileiro. Lula afirmou que encara sua eleição como uma expectativa de mudança das condições da economia do País e tem consciência que fará o que é preciso. Ele comparou o ato de governar ao gesto de se plantar uma árvore. “Vocês podem estar com fome, mas se você plantar um feijão, terá que esperar 90 dias para colher”, advertindo que quando se planta tem que se adubar, regar para essa planta nasça forte e frondosa e não morra com a primeira ventania. Com essa metáfora, Lula fez alusão aos ajustes que vem sendo feitos nesses cinco meses de governo no sentido de evitar a volta da inflação. Hoje, segundo o presidente, “há vários indícios de que a inflação está sob controle e a tendência é cair para se reduzir a taxa de juros”. Também o oportunismo de alguns segmentos, como no caso da dolarização do aço em que mesmo em queda da moeda norte-americano não se verifica uma redução no repasse de preços ao produto. O presidente disse que isso se verifica também no caso dos combustíveis. “O presidente da Petrobras anunciou na televisão a redução de 10% no preço da gasolina, outros mais de 30% no preço da nafta, outros cerca de 20% no preço do óleo combúistivel e 10% óleo diesel. Um mês depois, constatamos na Região Sul do País, caiu 5% o preço, na Região Sudeste só 3,2% e na Região Nordeste, que é a mais pobre do País, só caiu 1,9%”. Para Lula essa é uma situação inaceitável num momento em que se tenta articular um plano nacional de melhoria socioeconômica no País. “Estamos tentando amadurecer a sociedade brasileira para acabar com aqueles que ainda acham que podem viver na base da trambicagem”. Mas nós, como numa peça musical, “estamos afinando a orquestra e logo logo o espetáculo do crescimento vai começar a acontecer em nosso querido País”. Lula assinalou que tanto o ministro da Fazenda, Antonio Palocci quanto o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles desejam a redução dos juros tanto quanto a população, mas que para isso é necessário construir bases sólidas para evitar uma redução num mês e aumento no outro. Lula não comentou a “escorregada” de Dirceu e nem as trombadas com seu vice José Alencar, PL, que é radicalmente contra os juros praticados pelo política econômica do governo petista de Lula.

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