Especial Eleições 2010
O vice-presidente executivo do PSDB, Eduardo Jorge, disse na segunda-feira (6) que dados fiscais sigilosos de Veronica Serra, filha do candidato tucano à Presidência da República, José Serra, foram violados também na agência da Receita Federal de Mauá (SP), no dia 8 de outubro de 2009 - o mesmo dia em que foram violados os dados de outras cinco pessoas ligadas ao PSDB. A assessoria da Receita não confirma o acesso em Mauá.
A primeira invasão dos dados fiscais de Verônica Serra, já comprovada, foi na agência de Santo André (SP), com a ajuda de uma procuração falsa usada pelo contador Antônio Carlos Atella Ferreira, que seria filiado ao PT. Segundo Eduardo Jorge, este segundo acesso aos dados teria sido feito a partir do computador da servidora Adeildda Ferreira Leão dos Santos.
No mesmo dia, Adeildda teria acessado os dados fiscais dele, além do economista Luiz Carlos Mendonça de Barros, do empresário Gregório Marin Preciado (casado com uma prima de Serra), de Ricardo Sérgio Oliveira - ex-diretor do Banco do Brasil no governo Fernando Henrique Cardoso.
O corregedor-geral da Receita Federal, Antonio Carlos Costa D'Ávila, disse na tarde de segunda-feira, em Brasília, que, de 2.949 acessos a informações de contribuintes realizados por Adeildda entre 1º de agosto e 8 de dezembro do ano passado na agência da Receita em Mauá, 2.591 são de contribuintes que não têm domicílio fiscal na cidade - 87,8% do total.
De acordo com o corregedor, essa quantidade de acessos a contribuintes de outros domicílios fiscais seria "indício de acesso imotivado". D'Ávila conduz a investigação da Receita que apura as causas das quebras de sigilo de integrantes do PSDB. Ao divulgar as informações, ele somente leu uma nota e não respondeu às perguntas dos jornalistas.
"Estamos investigando para ver qual é a motivação desses acessos. As informações serão repassadas para o Ministério Público", afirmou.
Adeilda Ferreira Leão está entre os investigados pela Receita como suspeita de ter feito sem motivação funcional acessos a declarações de renda do vice-presidente executivo do PSDB, Eduardo Jorge. Em nota divulgada na última sexta-feira (3), a funcionária afirmou que nunca contribuiu ou agiu para a quebra de sigilo de contribuintes.
Nesta segunda, a Receita anunciou que solicitou ao Serviço Federal de Processamento de Dados (Serpro) o retorno à empresa estatal da servidora, que estava à disposição da agência da Receita em Mauá.
Formiga (MG)
No caso do acesso efetuado na Delegacia da Receita em Formiga (MG) a informações de Eduardo Jorge, o corregedor da Receita afirmou que se trata de acesso a dados cadastrais, não a informações fiscais do imposto de renda do contribuinte.
Segundo ele, quem identificou isso foi o escritório da Corregedoria da Receita em Belo Horizonte. Não houve acesso a dados fiscais, apenas cadastrais", declarou.