Batalha por aeroporto de Abdijan paralisa a Costa do Marfim

 

Internacional - 03/04/2011 - 12:36:19

 

Batalha por aeroporto de Abdijan paralisa a Costa do Marfim

 

Da Redação com AFP

Foto(s): Divulgação / Arquivo

 

Exército leal ao presidente Alassane Ouattarra se prepara para tomar a cidade de Abidjan

Exército leal ao presidente Alassane Ouattarra se prepara para tomar a cidade de Abidjan

A capital econômica da Costa do Marfim, Abidjan, permanecia neste domingo vítima da incerteza sobre o resultado da batalha entre as tropas do presidente Laurent Gbagbo, derrotado nas urnas mas que se recusa a entregar o poder, e seu rival Alassane Ouattara, reconhecido como presidente pela comunidade internacional e que enfrenta acusações de massacres de centenas de civis no oeste.

O governo dos Estados Unidos afirmou neste domingo que Gbagbo, que não é reconhecido pela comunidade internacional, deve renunciar de maneira imediata. "Os Estados Unidos pedem ao ex-presidente Laurent Gbagbo uma renúncia imediata", afirma a secretária de Estado Hillary Clinton em um comunicado. "Gbagbo está levando a Costa do Marfim à anarquia. O caminho à frente é claro. Ele deve se afastar agora para que termine o conflito".

As forças francesas assumiram o controle do aeroporto de Abdijan, para onde a França enviou 300 soldados para reforçar a operação Licorne, informou neste domingo o Estado-Maior conjunto em Paris. "Licorne, em coordenação com a ONUCI (Operação das Nações Unidas na Costa do Marfim), assumiu o controle do aeroporto Félix Houphouet-Boigny", declarou o coronel Thierry Burkhard, porta-voz do Estado Maior. O militar disse ainda que duas companhias adicionais, 300 homens, foram enviados à cidade para reforçar os 1.100 oficiaias da operação Licorne.

Nos últimos dias os efetivos da operação foram ampliados com a chegada do conflito armado a Abdijan. O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, conversou com Ouattara e pediu a adoção de medidas contra os envolvidos no massacre de 800 pessoas nos últimos dias. Ouattara negou durante a conversa telefônica, que aconteceu na noite de sábado, que seus simpatizantes tenham participado nos atos de violência na cidade de Duekoue, oeste do país, segundo o porta-voz de Ban, Martin Nesirky. Mas o presidente afirmou que ordenou uma investigação.

"O secretário-geral expressou a particular preocupação e alarme sobre informações de que forças leais a Ouattara teriam matado muitos civis na cidade de Duekoue". "O secretário-geral disse que os responsáveis devem ser julgados", completou Nesirky. O Comitê Internacional da Cruz Vermelha e a ONU informaram que 800 pessoas morreram em uma ação das forças pró-Ouattara nesta cidade na terça-feira que tinha como objetivo expulsar os partidários do presidente Laurent Gbagbo.

Duekoue, importante localidade do oeste marfinense, está sob poder dos combatentes de Ouattara, o presidente da Costa do Marfim reconhecido pela comunidade internacional, depois de confrontos violentos com os soldados e milicianos leais a Gbagbo.

A batalha pelo poder prosseguia neste domingo em Abidjan, onde o governo de Ouattara prolongou o toque de recolher até segunda-feira. Organismos internacionais acusam os dois lados de terem cometido massacres. Ouattara foi reconhecido como o vencedor da eleição presidencial de novembro, mas Gbagbo se nega a abandonar a presidência. Isolado diplomaticamente e asfixiado economicamente, mais frágil do que nunca no campo militar, Gbagbo, no poder desde 2000, recuou mas não cedeu o poder.

Costa do Marfim: da eleição presidencial a nova guerra civil
Em 28 de novembro de 2010, os eleitores da Costa do Marfim foram às urnas na esperança de escolher o novo presidente para um país que há menos de 10 anos vivera uma violenta guerra civil. No entanto, quatro meses depois, quando o novo governo já poderia estar em plena gestação, o país se encontra dividido entre forças rivais que disputam a vitória eleitoral e, com ela, a liderança legítima da nação.

De um lado está Laurent Gbagbo, presidente desde 2000 e com sede no Sul do país; do outro, Alassane Ouattara, sediado no Norte e com amplo apoio da comunidade internacional. Enquanto a pressão pela renúncia de Gbagbo cresce e o avanço de Ouattara em direção a Abidjan se concretiza, o país se aproxima de guerra civil, na qual dezenas de milhares morreram e milhares deixaram o país.

Exército leal ao presidente Alassane Ouattarra se prepara para tomar a cidade de Abidjan

Exército leal ao presidente Alassane Ouattarra se prepara para tomar a cidade de Abidjan

Exército leal ao presidente Alassane Ouattarra se prepara para tomar a cidade de Abidjan

Exército leal ao presidente Alassane Ouattarra se prepara para tomar a cidade de Abidjan

Links

...Continue Lendo...

...Continue Lendo...

Vídeo