Quando foi anunciado no Canindé a vitória parcial do Linense por 2 a 0 sobre o São Caetano, Portuguesa e São Bernardo, que faziam um jogo de desespero para sair do 0 a 0, diminuíram o ritmo. O resultado impedia o rebaixamento do time do ABC e colocava a o clube eubro-verde nas quartas de final. E houve um acordo entre os times para não atacar mais.
"Os jogadores do São Bernardo que estavam no banco, quando souberam que estava 2 a 0 para o Linense, vieram até o nosso banco e começaram a falar que o 0 a 0 estava bom para os dois. Conversamos com o pessoal em campo e eles acertaram ali, começaram a tocar a bola", contou o meia Henrique, da equipe rubro-verde, à TV Globo.
O que foi visto em campo comprova a informação do jogador. A Portuguesa, que estava com um jogador a mais e atacava insistentemente para abrir o placar, passou a tocar a bola despretensiosamente em seu campo defensivo.
O meia Ananias, entretanto, pôs fim ao conchavo. Aos 44min do segundo tempo, o jogador da Portuguesa aproveitou uma bola ajeitada por Ronaldo e, sem marcação dentro da área, pegou de tornozelo, no contrapé do goleiro Marcelo Pitol, ratificando a classificação a vitória por 1 a 0, que rebaixou o rival.
"Infelizmente para eles, a gente estava tocando a bola e ela sobrou na área. O Ananias falou que tentou errar o chute, mas infelizmente ele acertou o gol", lamentou Henrique, rindo do caso e mostrando, de certa forma, lamentação pelo rebaixamento do São Bernardo.
Houve até protestos e um princípio de confusão causado pelos visitantes no Canindé, revoltados pelo descumprimento do acordo.
O goleiro reserva Wilson Júnior, da equipe do ABC, admitiu também o pedido por um empate agradável aos dois times que estavam em campo. Já Jorginho, técnico da Portuguesa, em sua participação no programa Mesa Redonda, da TV Gazeta, disse não ter entendido o que os atletas rivais lhe falaram, mas assegurou que seu time "não joga para empatar, só para vencer".