Não foi Valdivia, nem Bruno César, nem Kleber, nem Liedson. O personagem do clássico entre Palmeiras e Corinthians neste domingo, pela semifinal do Campeonato Paulista, foi alguém que, na teoria, deveria se manter longe dos holofotes: o árbitro. Com critérios confusos, marcações duvidosas e decisões polêmicas, especialmente no primeiro tempo, Paulo César de Oliveira não agradou a nenhuma das equipes no Pacaembu - principalmente o lado do Palestra Itália.
Logo em um dos lances iniciais, o juiz já recebeu sua primeira sessão de vaias e xingamentos por parte da torcida palmeirense, maioria absoluta no estádio, por anotar uma falta de Kleber em lance de ataque. Pouco depois, aos 3min, nova falta de Kleber - um empurrão em Leandro Castan - e cartão amarelo de cara para o capitão alviverde, gerando mais protestos das arquibancadas.
A partida seguiu muito truncada, com as duas equipes chegando forte e Paulo César apitando faltas consecutivas no meio de campo. Na primeira jogada mais dura, o árbitro tomou outra decisão polêmica: aos 23min, Danilo e Liedson disputaram lance com muita vontade e ficaram estirados no gramado, causando uma confusão generalizada. Quando os jogadores se levantaram, o zagueiro palmeirense recebeu o cartão vermelho direto.
Desta vez, não foram apenas os torcedores que se revoltaram - o técnico Luiz Felipe Scolari, que já havia acabado de perder Valdivia por lesão, ficou indignado com a expulsão de Danilo e fez gestos para o adversário Tite indicando "roubo" por parte de Paulo César de Oliveira. O juiz não gostou do que viu e também excluiu o treinador da partida. Furioso, o palmeirense pediu também a expulsão de Tite, que rebateu: "você fala demais!". No fim, Felipão precisou sair de campo escoltado.
Com o clima de guerra já instaurado no clássico, o jogo degringolou para uma sequência de trombadas e simulações no primeiro tempo. Centro das atenções e alvo de ofensas constantes dos torcedores, Paulo César passou a distribuir cartões para o Corinthians: Alessandro e Fábio Santos receberam amarelos rigorosos do apitador. Mesmo com todas as paralisações e polêmicas da primeira etapa, o juiz assinalou somente três minutos de acréscimos.
A disposição dos torcedores palmeirenses com Paulo César ficou evidente quando o quarteto de arbitragem voltou dos vestiários pouco antes do fim do intervalo. Imediatamente, os cantos de apoio ao time alviverde foram interrompidos e deram lugar a uma nova carga de ameaças e ofensas ao juiz.
A segunda etapa transcorreu mais tranquila, mas o hábito de apontar qualquer esbarrão como falta não abandonou a arbitragem. Os cartões amarelos mostrados a Bruno César (por reclamação), Ralf (por falta em Kleber) e Leandro Castán (também por derrubar Kleber) foram justificáveis, mas rigorosos; para muitos torcedores mais exaltados nas arquibancadas, o juiz estava tentando "compensar" a expulsão de Danilo.
Com o jogo amarrado e novamente poucos acréscimos no final, o tempo normal do clássico se encerrou da mesma maneira como começou: com o árbitro como figura principal.
A fórmula errada do Campeonato Paulista 2011
Com os jogos protagonizados por São Paulo x Santos e Palmeiras x Corinthians, pelas semi do Paulistão, ficou claro que a fórmula utilizada pela Federação Paulista de Futebol é confusa, ruim e ridícula.
Os dois melhores times em regularidade e pontos do campeonato estão fora da final de 2011.
A FPF precisa reavaliar seus conceitos de campeonato e melhorar, sensivelmente, a qualidade dos árbitros que, durante toda a competição, causaram problemas devido a erros grosseiros em suas atuações.