Após terremotos, milhares de pessoas continuam fora de casa na Espanha

 

Internacional - 13/05/2011 - 19:34:16

 

Após terremotos, milhares de pessoas continuam fora de casa na Espanha

 

Da Redação com EFE

Foto(s): Divulgação / Arquivo

 

Ambulâncias serviram às milhares pessoas que pernoitaram nas ruas de Lorca

Ambulâncias serviram às milhares pessoas que pernoitaram nas ruas de Lorca

Dois dias depois dos terremotos que deixaram nove mortos e quase 300 feridos em Lorca, milhares de pessoas continuam nas ruas da cidade espanhola esperando os trabalhos de reconstrução para voltar a seus lares, enquanto as autoridades avaliam o impacto dos danos. Uma mulher de 41 anos, que estava gravemente ferida, não resistiu e morreu nesta quinta-feira, elevando para nove o número de mortos pelo terremoto, um dos mais fortes do registro histórico da região.

O número de feridos, segundo dados oficiais, agora está em 293. Deles, duas mulheres de 73 e 36 anos e uma criança de três anos permanecem em estado grave. O abastecimento de produtos básicos e o alojamento são as necessidades mais urgentes para os desabrigados dos dois terremotos que atingiram a Espanha, o primeiro de magnitude 4,4 e o segundo de 5,1 na escala Richter, que podem ter gerado prejuízos de mais de 36 milhões de euros (R$ 83 milhões), segundo os primeiros cálculos de um organismo oficial.

O centro histórico e alguns dos edifícios mais emblemáticos de Lorca, como o castelo e várias igrejas, ficaram bastante danificados pelos tremores, enquanto 80% das casas sofreram algum tipo de estrago. Cerca de 150 engenheiros trabalham com soldados da Unidade Militar de Emergência para avaliar o estado da destruição nas casas. Ao redor de 1,4 mil pessoas - 420 delas militares - e 150 veículos do Exército se mobilizaram para auxiliar os milhares de pessoas que ficaram nas ruas, a maioria estrangeiros sem familiares que possam hospedá-los. Além disso, foi montado um hospital de campanha para atender os feridos.

O presidente espanhol, José Luis Rodríguez Zapatero, dirigiu nesta quinta-feira uma mensagem de calma à população de Lorca, porque, segundo ele, todos os meios já foram iniciados. Ele anunciou que já nesta sexta-feira serão tomadas as primeiras medidas para iniciar, "em caráter urgente", a reconstrução das casas e prédios. As primeiras tarefas ficarão concentradas nas obras de infraestrutura essenciais, começando pelo que diz respeito à saúde, bem como vias públicas e distribuição de água.

Outros membros do Executivo espanhol, como o vice-presidente Alfredo Pérez Rubalcaba e a ministra Carme Chacón (Defesa) se deslocaram nesta quinta-feira à cidade para observar pessoalmente a situação e expressar às famílias das vítimas os pêsames e o apoio do Governo. Também foi ao local da tragédia Mariano Rajoy, líder do Partido Popular (PP), principal legenda da oposição.

Os principais partidos políticos da Espanha suspenderam os eventos de campanha para as eleições regionais e municipais do próximo dia 22. A atenção do país se centrou durante o dia todo em conhecer o estado dos habitantes de Lorca, que nesta quarta-feira viveram momentos de pânico diante dos temores de novas réplicas do terremoto.

Após o segundo tremor, e antes da chegada dos serviços de emergência, policiais e bombeiros, foram os próprios moradores que, em muitos casos, tiveram de ajudar a resgatar as vítimas, que ficaram soterradas entre os escombros. Um desses moradores, Antonio García Delicado, expressou à agência Efe sua satisfação por ter ajudado a salvar a vida de uma mulher e seus dois filhos, de 6 e 7 anos.

"Vi os tijolos caírem e as pessoas pisando nos feridos", relatou María Jiménez, que lamenta a "incerteza" de não saber quando poderá voltar a seu apartamento. Situada na comunidade autônoma de Múrcia, Lorca é uma cidade de 90 mil habitantes onde vivem 18 mil estrangeiros, muitos deles de origem latino-americana que trabalham no setor rural.

Alguns deles, como o jovem equatoriano Serafín Salazar e sua compatriota Lidia Llepes passarão a noite na área de assistência Huerto de la Rueda. Serafín afirmou à Efe que ele e sua família tiveram muito medo na última noite e perderam o sono, o que os deixou com grande cansaço. Lidia afirmou que se sente "cansada da noite ruim, com fome e com medo", e disse esperar que "não haja outro susto e que nada de ruim aconteça".

O funeral das nove vítimas será realizado nesta sexta-feira, às 11h local (6h de Brasília) e terá a presença do príncipe Felipe, herdeiro da Coroa espanhola, sua esposa, Letizia, e do presidente do Governo, Zapatero.

Ambulâncias serviram às milhares pessoas que pernoitaram nas ruas de Lorca

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