O presidente Barack Obama propõs um pacote de US$ 447 bilhões na noite desta quinta-feira para ajudar a alavancar a economia dos Estados Unidos, desafiando o Congresso a aprovar legislação que reduz tributos para trabalhadores e empresas.
Obama, cujo plano de reeleição em 2012 depende de sua habilidade de reduzir a taxa de desemprego hoje em 9,1%, propôs estender o seguro-desemprego a um custo de US$ 49 bilhões, modernizar escolas com gasto de US$ 30 bilhões e investir mais US$ 50 bilhões em infraestrutura de transporte.
Mas a maior parte do plano consiste em uma renúncia fiscal de US$ 240 bilhões, com a redução à metade de impostos sobre a contratação para empregadores no próximo ano e redução de impostos para empregados, além de investimentos de US$ 140 bilhões em medidas para a criação de empregos, basicamente com a recontratação de professores e de pessoal dos serviços de socorro (policiais e bombeiros).
Esta parte da proposta inclui ainda a criação de um banco de obras públicas, modernização de escolas e investimentos nos transportes. O plano propõe ainda estender o auxílio desemprego e os fundos para programas de recapacitação profissional, por um valor de US$ 62 bilhões.
"O povo deste país trabalha duro para enfrentar suas responsabilidades. A questão esta noite é se vamos enfrentar as nossas. A questão é se, diante da crise nacional que estamos vivendo, podemos acabar com o circo político e fazer algo que realmente ajude a economia", disse Obama. "O objetivo do plano de estímulo ao emprego é simples: colocar mais gente para trabalhar e mais dinheiro no bolso de quem está trabalhando".
O plano requer a aprovação do Congresso, onde os democratas controlam o Senado e os republicanos dominam a Câmara de Representantes, o que pode acarretar uma disputa partidária similar à protagonizada há pouco tempo em torno do aumento do teto da dívida do país.
Entenda Os Estados Unidos atingiram o limite legal de endividamento público - de US$ 14,3 trilhões (cerca de R$ 22,2 trilhões) - no último dia 16 de maio. Na ocasião, o Tesouro usou ajustes de contabilidade, assim como receitas fiscais mais altas que o previsto, para seguir operando normalmente. O governo, então, passou por um longo período de negociações para elevar o teto. O acordo veio só perto do final do prazo (2 de agosto) para evitar uma moratória e prevê um corte de gastos na ordem de US$ 2,4 trilhões (R$ 3,7 trilhões). Mesmo assim, a agência Standard & Poor's retirou a nota máxima (AAA) da dívida americana.
|