Provavelmente você já ouviu falar em Cloud Computing (Computação nas Nuvens) e que ela é o futuro.
Cloud Computing é interessante para os negócios, entretanto, para a Prefeitura de São Bernardo, talvez não seja, pelo menos aos olhos de alguns técnicos que assessoram o prefeito Luiz Marinho.
Imagine ter grandes ideias para minimizar os custos e aumentar a interativodade com seu público. Ótimo, mas para isso você depende de diversos softwares que custam muito dinheiro. Fora que para poder trabalhar com todos estes softwares é necessário ter uma grande infraestrutura que consiga rodar tudo isso e de uma equipe para gerenciar e dar manutenção, ou então, você pode depender de uma equipe de suporte terceirizada que não vai dar muita atenção ao seu problema. Além de que, no caso de órgão público, tudo depende de licitações, o que demora e quando se concretiza muitas vezes o material adquirido já está obsoleto, pois nesse mercado a velocidade na evolução é muito grande. Sem dizer nos gastos com energia, servidores de backup, no-breaks, geradores, etc.
Ainda que se tenha tudo isso corre-se um risco enorme cada vez que se faz uma atualização, pois pode derrubar seu servidor e ficar sem suas aplicações.
Mas se pensarmos em computação nas nuvens, não precisamos mais de servidores caríssimos, softwares, locais preparados para instalação de máquinas sofisticadas ou equipes especializadas. Só precisaremos de uma boa conexão com a internet e já poderemos começar a utilizar rapidamente com baixos custos.
Com baixo custo teremos maior escalabilidade, segurança, velocidade em upgrades e updates e confiança, com sistemas de backups, redundância e muito mais. Outro fator e o crescimendo escalar sem necessidade de novas concorrências, pois o valor contratado, no caso, por exemplo, de armazenagem, é por GB e não por unidades de disco. Bastaria, nesse caso, uma comunicação solicitando a ampliação do espaço físico de armazenamento, ou então já efetuar a contratação com um sistema que permite o crescimento automático, ou seja, à medida que o sistema tiver necessidade de recursos estes se disponibilizarão, aumentando ou reduzindo, sem qualquer investimento extra em hardware ou software.

O vídeo no final da matéria mostra o que isso tudo significa.
Mas por que falar sobre cloud computing por causa da falha do site da Prefeitura de São Bernardo do Campo (PMSBC)?
O site e todos os aplicativos de acesso público estão fora do ar há pelo menos 48 horas e, poderão ficar por muito mais tempo ainda ou, no tempo, sofrerem quedas por 'estrangulamento' do sistema além de outros fatores adversos.
Tudo porque o sistema da PMSBC que estava hospedada em um datacenter foi transferido para o centro de processamento de dados da prefeitura (DPI) e, pelo que se nota, sem efetuar os testes antecipadamente.
A primeira resposta que obtivemos da assessoria de impressa da PMSBC era que o problema era de DNS (sistema similar ao CEP, ou seja, o que identifica o endereço do servidor e encaminha a sua requisição para o lugar certo) e que levaria em torno de 72 horas para solucionar. A NIC, que é o orgão responsável pelo gerenciamento da internet no Brasil, disponibiliza servidores DNS que atualizam o sistema de roteamento a cada 30 minutos. Portanto a colocação da assessoria era, no mínimo, estranha. Entramos em contato com o DPI que, por meio do supervisor Luiz Furtado, informou que havia sido realizada a transferência das aplicações e sites para os servidores internos, mas os mesmos não estavam respondendo às requisições.
Luiz ainda disse que a PMSBC contratou um link de 15 Gb de dados para fazer frente às necessidades de conexão (o custo dessa contratação não foi revelado, mas com certeza é altíssimo).
De acordo com o supervisor, o sistema deve retornar ao ar ainda neste sábado.
A assessoria de imprensa foi solicitada a responder por que a PMSBC está na contramão da história não utilizando o Cloud Computing, mas até o fechamento dessa edição não retornaram ao nosso contato.
Cabe agora ao MP (Ministério Público) avaliar por que efetuar gastos tão elevados para não concretizar o mais importante, ou seja, garantir o acesso às aplicações e informações pelos munícipes.