Principal partido de oposição ao governo Dilma Rousseff, o PSDB usou seu programa em rede nacional de TV nesta quinta-feira, 13, para defender o legado do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e atacar a gestão petista, principalmente em relação as denúncias de corrupção.
"A inflação era o pior mal pros trabalhadores. Corroía o salário de cada um. Recebe o salário, vai fazer a compra, vale menos seu dinheiro", afirmou Fernando Henrique, que é apresentado no programa tucano como principal responsável pelo fim da hiperinflação e pela estabilidade econômica.
"Quem é que se defendia? Quem tinha dinheiro no banco, os mais ricos", afirmou o ex-presidente na versão do programa divulgada pela internet. Fernando Henrique listou ainda a Lei de Responsabilidade Fiscal e programas sociais criados em seu governo, como o Bolsa-Escola, e afirmou que temeu pela continuidade desses programas com a posse de seu sucessor, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
"Na época, nós tínhamos certas dúvidas sobre se as mudanças ficariam se mudasse o governo. Porque o PT se opôs a tudo. Mas mudou o governo e eles entenderam que era melhor seguir aquele caminho. E foi bom, foi bom para o Brasil." Após a defesa da herança de Fernando Henrique, os tucanos passam às críticas aos governos petistas sem, no entanto, deixar de lado o mote de que a legenda, a todo tempo identificada com a social-democracia, governa também para os mais pobres.
José Serra, candidato derrotado à Presidência pelo partido no ano passado, por exemplo, afirmou que o progresso social obtido no governo de Fernando Henrique "está ameaçado pela corrupção, pela falta de investimento e pela incompetência". O presidente do partido, Sérgio Guerra, disse que a sigla tem "orgulho de ter feito as principais reformas do Brasil" e parte para o ataque ao governo petista."Nos últimos governos, o Brasil perdeu preciosas oportunidades de avançar ainda mais (...) A inflação, infelizmente, está de volta."
Apontado como principal postulante à candidatura tucana à Presidência em 2014, o senador Aécio Neves (MG) elogiou os feitos dos oito governos estaduais do PSDB sem, no entanto, mencionar os nomes dos colegas que comandam esses Estados. Eles aparecem somente em imagens gravadas e seus nomes nos letreiros do programa.

Geraldo Alckmin é esquecido
O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, foi praticamente esquecido no programa partidário do PSDB veiculado ontemem cadeia nacional de rádio e televisão. A propaganda resgatou o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e abriu espaços para José Serra fazer críticas ao governo federal e Aécio Neves defender as administrações do PSDB pelo País. Para Alckmin, nenhuma fala e uma aparição relâmpago, de cinco segundos.
O programa foi produzido em meio a uma grande disputa interna devido à propaganda veiculada pelo partido em São Paulo. O senador Aloysio Nunes Ferreira reclamou publicamente da peça publicitária, destacando que ele e Serra ficaram de fora dos programas paulistas enquanto Alckmin foi a estrela solitária.
A polêmica criada em São Paulo fez com que a direção nacional procurasse dar espaço a Serra. O ex-governador, derrotado na eleição presidencial do ano passado, falou por pouco mais de um minuto. Serra destacou ações do partido em diversas áreas e disse que o progresso do País está "ameaçado pela corrupção, pela falta de investimento e pela incompetência". Ele criticou a atuação do governo federal na área da saúde, transporte e segurança e disse apontar os erros para ajudar o país. "Não se trata de fazer a crítica pela crítica. É que fiscalizar, apontar o que está errado ajuda o Brasil a melhorar".
Com espaço pouco maior que o de Serra, o senador Aécio Neves exaltou as administrações do PSDB. Aécio destacou o fato de os tucanos governarem estados que representam quase a metade da população brasileira. Governador do principal estado do País, Alckmin apareceu durante cinco segundos visitando obras enquanto Aécio afirmava que "em São Paulo, o governo do PSDB fez do ensino profissionalizante uma referência para o Brasil".
Com informações da Reuters e AE