A presidenta Dilma Rousseff disse ontem (10) a jornalistas que “o passado simplesmente passou” ao ser perguntada sobre a declaração do ministro do Trabalho, Carlos Lupi, de que só deixaria a pasta “abatido à bala”. O Ministério do Trabalho é alvo de denúncias de cobrança de propina a organizações não governamentais.
Segundo ela, o assunto não abala o governo e não há sinal de crise. “Que crise no Ministério do Trabalho?”, indagou.
No último dia 8, o ministro Carlos Lupi deu uma entrevista coletiva em que afirmou que só sairia do ministério “abatido à bala”. Ontem (9), após Lupi ter se reunido, no Palácio do Planalto, com a ministra-chefe da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, o PDT, partido do ministro, divulgou uma nota negando que ele tenha desafiado Dilma.
“As declarações do ministro Carlos Lupi durante coletiva, na sede nacional do PDT, não foram de ameaça à presidente Dilma Rousseff ou a quem quer que seja, mas sim um desafio aos acusadores anônimos", informa a nota do partido.
Não há possibilidade de ex-chefe de gabinete estar envolvido em esquema, diz Lupi
O ministro do Trabalho, Carlos Lupi, voltou a dizer ontem (10) que tem total confiança em seu ex-chefe de gabinete, Marcelo Panella, acusado por reportagem da revista Veja de ser um dos articuladores do esquema de cobrança de propina de organizações não governamentais (ONGs) conveniadas.
Marcelo Panella – que é tesoureiro do PDT, partido de Lupi – deixou o ministério há cerca de seis meses. De acordo com Lupi, a saída foi motivada por assuntos pessoais. Segundo a revista, o ex-chefe de gabinete deixou o cargo por estar envolvido no esquema.
“Não há possibilidade de o Marcelo estar envolvido em esquema. Nunca usamos o poder para fazer qualquer tipo de esquema. Coloco minha função, minha vida à disposição porque confio. Ele demorou para sair, porque eu o segurei. Chegou um momento em que não pude segurá-lo”, explicou, durante audiência na Comissão de Fiscalização e Controle da Câmara. “Não trabalho com ninguém corrupto”, completou.
Lupi voltou a dizer que foi o ministério que acionou a Controladoria-Geral da União (CGU) sobre as falhas nos convênios com ONGs. “Tomamos a iniciativa de chamar. Está tudo documentado. Tenho traquilidade”, destacou.