O governador do Ceará, Lúcio Alcântara (PSDB), rebateu nesta segunda-feira crítica do presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara, deputado Luiz Eduardo Greenhalgh, para quem não estaria havendo empenho dos governadores em influenciar parlamentares a apoiarem as reformas. Alcântara disse que já se reuniu ao menos duas vezes com os deputados de sua bancada e de seu estado, mas que ninguém tem controle sobre eles.
- Nem o governador nem o presidente da República nem ninguém tem controle sobre uma bancada de deputados. Temos uma capacidade de influenciar e estamos utilizando legitimamente essa capacidade. Estou comprometido com as propostas tributária e previdenciária que o presidente encaminhou ao Congresso. Continuo comprometido, trabalhando por elas - afirmou o governador cearense, em entrevista à Rádio CBN nesta manhã.
A afirmação é uma resposta a Greenhalgh, que disse ontem durante reunião de petistas, em São Paulo, que Luiz Inácio Lula da Silva caiu numa armadilha quando fez acordo com os governadores antes de enviar as reformas para o Congresso. Segundo o presidente da CCJ, parlamentares ligados aos governadores foram contrários ao projeto na fase de avaliação na comissão.
- Ninguém pode botar esparadrapo na boca de deputado e nem querer ser dono de deputado. O deputado foi eleito, tem os compromissos dele. Agora nós temos de trabalhar, mostrar a ele, não podemos pensar em unanimidade nessa matéria, tanto o presidente quanto nós estamos trabalhando sim senhor - rebateu o governador, que disse ter feito "duas ou três reuniões com a bancada".
- Fui claro e taxativo, fui bastante objetivo que deveriam me acompanhar quem tivesse interesse em ajudar o estado do Ceará - acrescentou Alcântara.
Segundo ele, é possível que o Congresso mude alguma coisa nas propostas do governo, afinal esse é o papel do Parlamento. No entanto, o governador afirmou que a cobrança de 11% de servidores inativos tem de ser mantida no projeto.
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