Estresse infantil observe o comportamento do seu filho e veja se ele não é a próxima vítima

 

Mulher - 24/05/2003 - 14:43:12

 

Estresse infantil observe o comportamento do seu filho e veja se ele não é a próxima vítima

 

Da Redação com agências

Foto(s): Divulgação / Arquivo

 

Os adultos vivem reclamando das responsabilidades, dos problemas e da falta de tempo. No entanto, eles não são as únicas vítimas do estresse.

Os adultos vivem reclamando das responsabilidades, dos problemas e da falta de tempo. No entanto, eles não são as únicas vítimas do estresse.

O pneu do carro furou? O salário atrasou? O chefe vive reclamando? Perdeu o ônibus e chegou atrasada? Certamente você já passou por algum desses momentos estressantes. Eles acontecem no dia-a-dia de qualquer pessoa. E quando nasce um irmãozinho, a nota da prova está baixa, os pais se separam e vivem brigando, não há tempo para brincar, é preciso mudar de colégio ou alguém morre? Tudo isso pode levar uma criança a ter stress. Sim, os pequeninos tam-bém estão se estressando por diversos fatores externos e até internos. Pais, educadores, psicólogos e médicos devem estar atentos para as causas e os sintomas, prontos para ajudar. As causas que podem levar ao desgaste na criança, segundo a psicóloga Maria Alice Castro, do Centro do Controle do Stress do Rio de Janeiro, podem ser externas, também chamada de ambientais, ou internas. Quanto maior o número mudanças ambientais, como troca constante de escola, de casa, de empregada, de cidade e até de padrão de vida, que ela enfrentar em um curto período de tempo, mais suscetível ela fica. A publicitária Silvana Abreu quase se descabelou com a reação que sua filha teve quando elas mudaram para a Flórida. “A Julinha tinha três aninhos naquela época e morria de saudades da babá, da casa e dos amiguinhos que deixou em Recife. A menina se tornou uma criança tímida, perdeu o apetite e chorava à toa. A minha mãe veio do Brasil só para ajudar a enfrentar essa situação. Felizmente, ela acabou se adaptando”, conta a publicitária. Outras fatores apontados pela terapeuta são o pai ou a mãe desempregados, a violência nos grandes centros e os programas de TV, que muitas vezes estimulam a agressividade. A psicóloga Márcia Bignotto, do Centro do Controle do Stress de Campinas, observou recentemente um aumento no número de pessoas estressadas na região. “As crianças estão percebendo a insegurança dos pais com o aumento da criminalidade na cidade e ficam bastante preocupadas”, justifica a psicóloga. Cobranças por parte da escola e dos pais e a exigência de muitas atividades extra-curriculares também tem causado o problema em várias crianças em idade escolar. “É preciso que os responsáveis entendam que cada uma tem seu ritmo. Algumas fazem duas atividades por semana e já reclamam que não têm tempo para brincar. Outras fazem três ou quatro e não reclamam pois estão felizes, adaptadas e conseguem dividir seu tempo sem pressão”, explica. A historiadora Dayse Lopes tirou a filha das aulas de violão depois que a menina começou a se queixar que não tinha tempo para brincar. “A Carol vivia reclamando que não tinha hora pra nada. Pedi, então, para que ela escolhesse o que ela queria fazer e ela optou pelo balé e pela aula de computação”, conta. “O humor dela melhorou 100%”, garante. Na opinião de Maria Alice, muitos pais exigem dos filhos a perfeição, preparando-os para a competitividade e esquecendo que eles ainda estão em processo de aprendizagem. “Os filhos não precisam ser perfeitos, bons em tudo. É sempre bom lembrar que eles são crianças, elogiar o que cada um faz de certo e tentar minimizar os erros para não levá-los a uma baixa auto-estima. A exigência de responsabilidade deve ser adequada ao nível de desenvolvimento emocional e da maturidade”, aconselha. Não se pode esquecer das causas internas. Algumas pessoas têm uma predisposição genética que as tornam mais vulneráveis a se tornarem estressadas. A questão biológica, para Maria Alice, não está sendo tão enfatizada quanto a ambiental. É fundamental os pais conversarem com seus filhos quando perceberem alguma mudança no comportamento. Muitas vezes, os pequenos não sabem o motivo de sua preocupação, mas conseguem se abrir enquanto estão brincando. Quando os pais percebem que não estão conseguindo ajudar, há necessidade de uma terapia breve específica, que não ultrapassa 20 sessões. “É um trabalho bem direcionado e rápido. A criança vai aprender também técnicas de relaxamento e de respiração com estímulos infantis e historinhas”, explica a psicóloga Lúcia Novaes. Para a psicóloga Maria Alice de Castro, há três níveis de stress. O mais brando se chama alerta. A criança, nessa fase, fica mais tempo exposta a uma situação estressante e não sabe lidar. Nesse caso, ela já começa a ter algum desgaste no organismo. Mariana, de quatro anos, voltou a fazer xixi na cama e a usar chupeta depois que seu irmão nasceu. “Foi a maior barra! Além do xixi, ela começou a fazer birra e a me desobedecer. Conversei muito com a minha terapeuta e esses sintomas foram desaparecendo conforme o tempo foi passando”, lembra Cristina Caruso, mãe da criança. O nível da resistência, segundo a psicóloga, é uma fase intermediária em que começam a aparecer alguns sintomas de que o organismo não está agüentando. A pessoa pode sentir dor de cabeça, dificuldade de lembrar alguns fatos do dia-a-dia, suar frio e taquicardia. É comum também a criança ter acessos de raiva, comportamento agressivo, introversão súbita, depressão e distúrbios do sono e alimentar. O rendimento escolar também é afetado, pois há uma quebra de equilíbrio. O ideal é prevenir, para que a criança não chegue a esse ponto. Dependendo da criança, apenas o tratamento psicológico resolve.

Os adultos vivem reclamando das responsabilidades, dos problemas e da falta de tempo. No entanto, eles não são as únicas vítimas do estresse.

Os adultos vivem reclamando das responsabilidades, dos problemas e da falta de tempo. No entanto, eles não são as únicas vítimas do estresse.

Os adultos vivem reclamando das responsabilidades, dos problemas e da falta de tempo. No entanto, eles não são as únicas vítimas do estresse.

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