SOS banqueiros do Brasil!

 

Opinião - 12/06/2003 - 15:17:08

 

SOS banqueiros do Brasil!

 

Vicente Barone .

Foto(s): Divulgação / Arquivo

 

O ministro pede que os bancos reduzam as taxas de juros e tem bons argumentos para isso, inclusive os seus invejáveis lucros

O ministro pede que os bancos reduzam as taxas de juros e tem bons argumentos para isso, inclusive os seus invejáveis lucros

O ministro pede que os bancos reduzam as taxas de juros e tem bons argumentos para isso, inclusive os seus invejáveis lucros O ministro do Planejamento, Guido Mantega, com muita cordialidade, fez uma cobrança aos banqueiros: mais empréstimos para o setor privado e juros mais baixos. E deu um bom argumento para a cobrança: até aqui o governo Lula vem cumprindo todos os compromissos com a comunidade financeira. Ou seja, recuperação da credibilidade e do crédito externo, o respeito aos contratos e a preservação da estabilidade econômica. E o cumprimento desses compromissos não tem sido muito fácil para o presidente, que está a enfrentar a cada dia a ira dos radicais do seu partido e abdicar de boa parte de seu discurso de campanha. Diz o ministro que agora está cobrando a fatura e pede aos banqueiros que aumentem o volume de crédito e reduzam o spread (a diferença entre o que os bancos pagam pelo dinheiro que tomam e o que cobram para emprestar ao tomador final). O ministro sacou outro valioso argumento: os juros atuais estão no nível mais alto desde 1999, quando a economia brasileira ainda pagava o alto custo da mudança cambial e a taxa Selic estava em torno de 40% ao ano (atualmente está em 26,5%). É verdade que é um caso-limite, mas a taxa do cheque especial atingiu no final de abril nada menos que 178,5% ao ano. Mas, a média das operações com pessoas físicas está, em média, 86% anual, o que já é elefantina. As operações com pessoas jurídicas também não discrepam muito deste patamar. Mais ainda: desde então o spread aumentou, embora os bancos estejam pagando menos na ponta da captação. São diversos os componentes que afetam o spread e os bancos alegam que não tem poder sobre alguns deles, como a política monetária e o grau de inadimplência dos clientes. Seria uma justificativa aceitável se os balanços dos bancos pudessem legitimá-la. Ocorre que, de acordo com o Banco Central, é preciso ler os balanços e prestar atenção nos lucros dos bancos. Nunca tão poucos ganharam tanto em tão pouco tempo. Mesmo considerando os componentes adversos do spread, há espaço para reduzir voluntariamente as taxas de juros. Claro que isso implica em redução dos lucros, o que não é uma idéia que agrade a banca tupiniquim que vive no paraíso. Parece que foi o que o ministro pretendeu, ainda que afavelmente, dizer aos senhores banqueiros do País.

O ministro pede que os bancos reduzam as taxas de juros e tem bons argumentos para isso, inclusive os seus invejáveis lucros

O ministro pede que os bancos reduzam as taxas de juros e tem bons argumentos para isso, inclusive os seus invejáveis lucros

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