Distração e apatia podem causar vários danos a educação de seu filho

 

Mulher - 08/07/2003 - 18:21:49

 

Distração e apatia podem causar vários danos a educação de seu filho

 

Da Redação com agências

Foto(s): Divulgação / Arquivo

 

Ele vive no mundo da Lua, é muito avoado, desatento, não pára quieto, parece que tem o bicho carpinteiro.

Ele vive no mundo da Lua, é muito avoado, desatento, não pára quieto, parece que tem o bicho carpinteiro.

Alguns não dão tanta importância ao fato, outros, preocupados, procuram ajuda de profissionais como psicólogos, pediatras ou até neurolo-gistas pediátricos para encontrar as causas dessa desatenção que, geralmente, repercute nas notas e abaixa a auto-estima da criança. Mas o que leva determinadas crianças a viverem boiando, seja na sala de aula, no clube ou numa sessão de cinema? Segundo a psicóloga Maria Cristina Joly, doutora em psicologia escolar pela USP, muitas crianças não prestam atenção na aula por causa de problemas de visão ou de audição. Algumas escolas, inclusive, recomen-dam aos pais que façam esse tipo de exame em seus alunos já na classe de alfabetização. A bibliotecária Cátia Prado levou sua filha ao oftalmo-logista e ao otorrino quando a menina entrou no C.A. e descobriu que a menina tinha miopia. “Tive a maior sorte, a Aline nem chegou a ter problemas para aprender a ler”, conta. Maria Cristina, que é professora da pós-graduação da Universidade São Francisco em São Paulo, lembra também que muitas vezes as situações de aprendizagem e estraté-gia de aula não são adequados, havendo então uma necessidade de avaliar o contexto educacional em que as crianças estão inseridas. A engenheira Patrícia Guerra foi chamada várias vezes pelo colégio porque as professoras achavam seu filho muito distraído. “Diziam que o Thiago vivia no mundo da Lua e que ficava olhando para as paredes o tempo inteiro. Levei a um médico e ele me disse que não era nada neurológico. Tudo melhorou quando matriculei meu filho em uma escola menor e menos tradicional”, garante. Outras vezes, são problemas de fundo emocional que podem levar à desatenção. Nesse caso, segundo a psicóloga, é importante procurar um terapeuta para uma avaliação e orientação. Durante um momento familiar atribulado, a funcionária pública Beatriz Freire foi convocada para uma reunião na escola onde o filho estuda. “A professora começou a achá-lo muito distante, triste e aéreo. Contei para ela que estávamos passando por um problema com a família e ela recomendou que eu procurasse uma terapia para o Diego. Passados alguns meses, vejo que meu filho está mais tranqüilo e confiante. As notas também melhoraram”, conta, aliviada. Transtorno do déficit de atenção Em muitos casos, entretanto, o problema é mesmo de ordem neurológica. A criança, o adolescente ou até o adulto apresentam o Transtorno do Déficit de Atenção. Segundo o psiquiatra Genário Barbosa, do Hospital Universitário de João Pessoa, ele aparece em 3 a 4% da população entre sete e 14 anos, na mesma proporção entre meninos e meninas.  Na opinião da psicopeda-goga Silvia de Mello Pinto, coorde-nadora do Centro de Aprendizagem e Desenvolvimento, os pais podem desconfiar que a criança ou o adolescente sofrem esse transtorno quando a desatenção é muito acentuada, persistir por mais de seis meses e ocorrer em mais de um ambiente freqüentado por ela, além da escola, como, por exemplo, em casa ou no clube. Em geral, segundo o psiquiatra Paulo Mattos, do Instituto de Psiquiatria da UFRJ, essas crianças têm uma hiperatividade, uma inquietude acima do esperado quando comparadas com as demais. “Isto pode não ser verdade em meninas, que tendem a ser menos hiperativas. Entretanto, a desatenção é igual em ambos os sexos”, afirma. As crianças, segundo o médico, não conseguem manter-se concentradas por tempos maiores, mesmo quando se esforçam para tal. Em geral são muito esque-cidas, desorganizadas e mudam de interesses com muita freqüência. “Elas se envolvem em múltiplas atividades e acabam por não concluir quase nenhuma”, completa. Essa dificuldade de desenvolver tarefas, segundo a psicóloga clínica Karina Brodski, poderá afetar sua auto-estima, deixando-a cada vez mais insegura por saber que tem dificuldades de fazer algo até o final. Consequentemente, a criança vai desistindo de investir em novos projetos pelo medo de falhar novamente e ser considerada preguiçosa, lenta, desatenta e desmotivada. Por isso, é importante não retardar o diagnóstico e o início do tratamento adequado. Quanto mais tarde ele se iniciar, maiores são as chances de complicações secundárias, tanto na área escolar como na familiar e nos relaciona-mentos com os demais.  O tratamento geralmente é feito com a ingestão de um estimulante chamado Ritalina. Os resultados, na opinião do psiquiatra Paulo Mattos, são considerados extremamente positivos. “Existem muitos mitos infundados sobre a Ritalina, mas a verdade é que ela não possui efeitos colaterais sérios nem intensos, mesmo a longo prazo”, garante o médico. O tratamento, no entanto, pode ser longo, até o final da adolescência ou mesmo durante a vida inteira. “Antes, se achava que o transtorno desaparecia em 100% dos casos na vida adulta. Hoje, sabemos que não é verdade. Ela se manifesta em adultos com os mes-mos sintomas que das crianças, porém em menor grau”, completa. O fundamental é contar com a ajuda de profissionais confiáveis, estar sempre em contato com a escola.

Ele vive no mundo da Lua, é muito avoado, desatento, não pára quieto, parece que tem o bicho carpinteiro.

Ele vive no mundo da Lua, é muito avoado, desatento, não pára quieto, parece que tem o bicho carpinteiro.

Ele vive no mundo da Lua, é muito avoado, desatento, não pára quieto, parece que tem o bicho carpinteiro.

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