Os contornos da 5.ª Bienal de Arquitetura e Design, que será inaugurada em 14 de setembro, estão cada vez mais nítidos. Seguindo a linha na Bienal de artes anterior, este ano o evento terá como tema central a metrópole e sua complexa relação com o homem. Sete cidades - Pequim, Johannesburgo, Tóquio, Berlim, Londres, São Paulo e Nova York - foram escolhidas e serão trabalhadas em mostras específicas, com as alternativas adotadas em cada uma delas para solucionar questões comuns, como transporte e saneamento, e específicas, como a reconstrução de Berlim após a queda do Muro. As linhas gerais do evento foram anunciadas ontem em entrevista coletiva concedida pelo presidente da Bienal, Manuel Pires da Costa, ao lado de, entre outros colaboradores, o curador Pedro Cury (que divide a tarefa com Ricardo Ohtake).
Também será dada ênfase especial à produção de um grupo de 15 arquitetos brasileiros. E haverá - como já é tradição - uma ampla participação institucional. Prefeituras e Estados - como os de São Paulo e Rio - já são presença garantida e utilizarão o evento, que fica em cartaz até 2 de novembro, para divulgar seus projetos de intervenção urbana. Haverá ainda espaço para mostrar o trabalho de seleto time de convidados estrangeiros, desta vez um pouco mais diminuto em decorrência das contingências financeiras. O orçamento inicial, de R$ 8 milhões, foi reduzido a pouco menos da metade. Essa contenção foi mais forte no quesito "design", que pela primeira vez foi agregado ao título da mostra, o que levou inclusive ao afastamento da curadora Ethel Leon, descontente com as limitações. Neste capítulo se destaca Matéria, uma exposição com exemplos interessantes de novos materiais que vêm sendo aplicados no setor.
Uma das preocupações centrais dos organizadores da 5.ª BIA é com a diversificação do público e sua ampliação para além dos profissionais da área. Para isso, serão utilizados sistemas mais sedutores de apresentação das obras e a expectativa é ampliar o número de visitantes de 160 mil na edição anterior para 300 mil nesta. Outra novidade que promete importantes contribuições para o pensamento arquitetônico e urbano brasileiro é a realização de um encontro de discussão, organizado por Abílio Guerra, que contará com a participação de especialistas nacionais e internacionais para analisará uma série de temas, que vão desde as alternativas mais interessantes para o transporte público até aquelas relativas ao impacto ambiental sobre a vida nas grandes cidades.
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