A explosão que aconteceu numa academia em São Bernado, na região do ABC Paulista, São Paulo, neste sábado, "era uma tragédia anunciada", segundo uma moradora local que conversou com a reportagem. Maria do Socorro Kamei, 62 anos, que mora em uma casa do outro lado da rua onde o acidente aconteceu, o cheiro de gás vindo do prédio era constante.
"Tinha dias que o cheiro era mais forte, outros menos. Mas hoje, quando acordei, por volta das 7h30 da manhã, o cheiro era insuportável. Tive dificuldades de respirar", contou.
Ainda de acordo com a moradora, os vizinhos sempre reclamavam do cheiro de gás para a equipe da academia que respondiam que o cheiro era "normal". Kamei disse que as pessoas do entorno já haviam feito um abaixo-assinado, que foi entregue à Defesa Civil, aos Bombeiros e à Prefeitura. "Não teve jeito. Era uma tragédia anunciada", afirmou Maria do Socorro.
O questionamento fica por conta da não averiguação da denúncia com base no abaixo-assinado por parte da prefeitura.
O metalúrgico Adriano da Silva também presenciou o incidente de perto. Ele, que possui um estabelecimento comercial na rua, foi o primeiro a chegar no prédio após a explosão para ajudar as vítimas.
"Era uma cena de guerra. Havia gente gritando e correndo. Quando entrei lá, havia um rapaz com o pé quebrado, então o ajudei a sair", contou. Adriano também viu quando as pessoas tentaram ressuscitar a professora morta na explosão, Helne Bori Czerski Alves, 24 anos. "Mas, infelizmente, não conseguiram salvá-la", disse.
De acordo com informações ainda não confirmadas, a academia utilizava cilindros de gás de 190 kg.
De acordo com o secretário de Serviços Urbanos de São Bernardo do Campo, Tarsício Secoli, os álvaras da academia para funcinamento, emitido pela prefeitura, e de segurança, dos bombeiros, estavam em dia. O documento municipal venceria em novembro deste ano.
A explosão aconteceu no prédio de uma academia localizada na cidade de São Bernardo do Campo, na região do ABC Paulista, em São Paulo, e deixou ao menos dois mortos e nove pessoas com ferimentos graves na manhã deste sábado. O resgate está sendo feito por 18 equipes da corporação de Bombeiros.
De acordo com a Defesa Civil, quatro imóveis ao redor do prédio da academia foram desalojados por risco de desabamento, e este número pode subir.
Morreram na explosão Marcos Aparecido Pardim, 52 anos, que morava em uma casa que fica atrás da academia, e Helne Bori Czerski Alves, 24 anos, que era funcionária do estabelecimento.
Dos nove feridos na explosão, cinco foram levados para o Hospital Anchieta e um para a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Paulicéia, ambos em São Bernardo do Campo. O paciente que estava na UPA recebeu os primeiros cuidados e depois foi levado ao Hospital Anchieta. Segundo a Assessoria de Imprensa da instituição, no final da tarde deste sábado apenas três feridos ainda estavam internados, uma mulher e dois homens.
Além disso, três pessoas de uma mesma família (pai, mãe e filho de 2 anos) foram levadas para atendimento no Hospital Brasil, em Santo André, também na região do ABC. Os três seguem internados, mas não estão em estado grave.