No mínimo Luiz Marinho pratica corrupção passiva ao pressionar colegas do Consórcio Intermunicipal de Prefeitos a votar em Dilma Rousseff em troca de apoio financeiro. Prefeito é funcionário público e crime assim está previsto no Código Penal então ele não pode se aproveitar da função, também de presidente do Consórcio, para induzir o outro a acompanha-lo em seu proveito próprio e da presidente da República e do PT.
Se o prefeito de São Bernardo não desmente hoje (sexta-feira-18/07/2014) a reportagem da edição de ontem (17/07/2014) do Diário do Grande ABC, segundo o qual ele almoçou em São Paulo com os outros seis prefeitos da região, membros também do Consórcio, para induzi-los a votar em Dilma Rousseff em troca de dinheiro, porque Luiz Marinho concorda com o texto da reportagem. E se concorda automaticamente admite corrupção passiva.
Tanto é verdade que os prefeitos que o escutam ficam inertes e quem reage lhe presta obediência cega, absoluta, como o prefeito de Rio Grande da Serra, Gabriel Maranhão, do PSDB, que trocou o apoio a Aécio Neves, candidato tucano à presidência da República, por Dilma Rousseff, na hora em que recebeu dinheiro do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento). Se Marinho consegue convencer um prefeito tucano a mudar de candidato em troca de verbas o que não consegue com os de outros partidos?
O Ministério Público precisa compreender que, com essas ações, Luiz Marinho tenta transformar em sucursal do PT o Consórcio Intermunicipal de Prefeitos, criado por Celso Daniel por meio do qual os problemas de cada município são tratados de forma regional e não municipal, quero dizer, de forma coletiva e não individual. Além de fundador, Celso foi o primeiro presidente do Consórcio e em nenhum momento, em respeito à população, tentou induzir colegas ao seu modo político de pensar, assim também Maurício Soares, em cuja passagem na direção da entidade tratou com respeito a todos.
O Consórcio é sustentado pelas sete prefeituras da região, então, é mantido com o dinheiro do povo e todo prefeito com assento na entidade precisa entender que ela existe para se ocupar dos assuntos administrativos de seus municípios e não de assuntos políticos. E quem dele se aproveita para tirar proveito pessoal, do partido ao qual pertence ou da sua candidata precisa ser punido, pois se trata de desvio de conduta.
* Carlos Laranjeira é jornalista.
