Levy é anunciado por Dilma para a Fazenda e Barbosa para o Planejamento

 

Politica - 27/11/2014 - 20:24:28

 

Levy é anunciado por Dilma para a Fazenda e Barbosa para o Planejamento

 

Da Redação com agências

Foto(s): Divulgação / Abr / Reuters

 

Joaquim Levy ocupou cargos nos governos dos ex-presidentes Fernando Henrique Cardoso e Luiz Inácio Lula da Silva

Joaquim Levy ocupou cargos nos governos dos ex-presidentes Fernando Henrique Cardoso e Luiz Inácio Lula da Silva

A presidente reeleita Dilma Rousseff anunciou nesta quinta-feira os nomes de Joaquim Levy para o Ministério da Fazenda e de Nelson Barbosa para o Ministério do Planejamento. Os dois já integraram equipes econômicas em governos petistas e vão substituir Guido Mantega e Miriam Belchior, respectivamente. Alexandre Tombini continuará na presidência do Banco Central.

A nota com a confirmação dos três nomes foi lida pelo porta-voz da Presidência e ministro da Secretaria de Comunicação Social, Thomas Traumann. O texto diz que Mantega e Miriam permanecerão nos cargos durante a transição e formação de novas equipes. 

O anúncio acontece após uma semana de expectativa. O mercado financeiro esperava a formalização dos nomes na última sexta, mas a Presidência da República adiou a confirmação.

Joaquim Levy será o terceiro ministro da Fazenda de governos petistas. Guido Mantega está no cargo desde 2006, fim do primeiro mandato do governo Lula, em substituição a Antonio Palocci. Dilma agradeceu a Mantega, "o mais longevo ministro da Fazenda do período democrático". "Em seus 12 anos de governo, Mantega teve papel fundamental no enfrentamento da crise econômica internacional, priorizando a geração de empregos e a melhoria de renda da população", diz a nota. O texto também agradece Miriam Belchior pelo seu trabalho no andamento de obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e da gestão do Orçamento.

Com a escolha, o Palácio do Planalto busca retomar a confiança da política econômica e fazer ajustes nas contas públicas. O nome é criticado por setores do PT por representar uma política de austeridade financeira depois de uma intensa campanha eleitoral na qual Dilma Rousseff defendeu políticas de esquerda.

Para assumir a Fazenda, Levy deixará o cargo de diretor-superintendente do Bradesco Asset Management, braço da gestão de recursos do banco. O presidente do Bradesco, Luiz Carlos Trabuco, chegou a ser convidado para assumir o cargo, mas recusou.

Joaquim Levy foi secretario do Tesouro Nacional durante a gestão de Antônio Palocci na Fazenda.  O nome de Levy é mais simpático ao mercado, que via com desconfiança os rumos da política econômica de Dilma Rousseff.

Nascido em 1961 no Rio de Janeiro, Levy é formado em Engenharia Naval e fez doutorado em Economia pela Universidade de Chicago em 1992. Ele trabalhou no Fundo Monetário Internacional (FMI) entre 1992 e 1999, onde ocupou cargos em diferentes departamentos.

No ano de 2000, durante o governo Fernando Henrique Cardoso, Joaquim Levy foi secretário-adjunto de Política Econômica do Ministério da Fazenda e, em 2011, economista-chefe do Ministério do Planejamento. Em janeiro de 2003, no início do governo Luiz Inácio Lula da Silva, foi levado ao Tesouro Nacional. 




Conheça Joaquim Levy, escolhido por Dilma para a Fazenda

Doutor em economia chega ao governo Dilma com o mesmo objetivo de quando esteve à frente do Tesouro Nacional no governo Lula: conquistar a confiança do mercado

Sucessor de Guido Mantega, Joaquim Vieira Ferreira Levy chega ao Ministério da Fazenda com a missão de recuperar o crescimento da economia e sinalizar ao mercado mudanças na política econômica.

Desde que seu nome surgiu como um dos possíveis sucessores de Guido Mantega, o mercado reagiu com otimismo. A Bovespa voltou a operar em alta e a flutuação do dólar foi contida.

Agentes econômicos acreditam que Levy tem condições de tomar medidas para fazer a economia do País voltar a crescer a taxas consideráveis, além de o governo cumprir a meta fiscal anual.

Nos bastidores, sua proximidade com Armínio Fraga, que seria ministro da Fazenda em caso de vitória de Aécio Neves (PSDB) nas eleições deste ano, pegou de surpresa alas mais resistentes do PT. O senador tucano chegou a dizer que Levy na Fazenda seria o mesmo que colocar um agente da norte-americana CIA no comando da soviética KGB.

Formação e carreira

Nascido em 1961, no Rio de Janeiro, Levy é formado em engenharia naval, mestre em economia pela Fundação Getulio Vargas (FGV) e doutor em economia pela Universidade de Chicago.

Levy iniciou sua carreira no Departamento de Engenharia e na Diretoria de Operações da Flumar Navegação, em 1984. Foi professor do curso de mestrado da FGV, em 1990, antes de integrar os quadros do Fundo Monetário Internacional (FMI).

Na organização, de 1992 a 1999, ocupou cargos nos Departamentos do Hemisfério Ocidental Europeu I e de Pesquisa, em particular nas Divisões de Mercado de Capitais e da União Europeia.

No período de 1999 a 2000, exerceu atividades nas Divisões de Mercado de Capitais e de Estratégia Monetária no Banco Central Europeu, como economista visitante.

Participou do governo Fernando Henrique Cardoso como secretário-adjunto de Política Econômica do Ministério da Fazenda, cargo para o qual foi nomeado em 2000. Um ano depois, assumiu o posto de economista-chefe do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão.

Já no governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva esteve à frente do Tesouro Nacional na gestão do ex-ministro Antonio Palocci. Na época, o primeiro presidente petista buscava, com a nomeação de Levy, conquistar a confiança do mercado, em ato similar ao realizado agora pela presidente Dilma Rousseff.

Para assumir o Ministério da Fazenda, Levy deixa o posto de diretor-superintendente do Bradesco Asset Management, braço de gestão de recursos do Bradesco.


Conheça Nelson Barbosa, novo ministro do Planejamento

Barbosa volta ao governo Dilma após deixar o cargo de secretário-executivo do Ministério da Fazenda no ano passado

Novo Ministro

Braço direito do ministro Guido Mantega enquanto ocupou funções no Ministério da Fazenda, Nelson Barbosa volta ao governo Dilma Rousseff, mas dessa vez para chefiar o Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão, substituindo Miriam Belchior.

O nome de Barbosa, especulado para voltar a integrar o governo desde a semana passada, foi bem-recebido por agentes do mercado. Ao lado de Joaquim Levy, nomeado ministro da Fazenda, a expectativa é de que o governo atue com maior rigor fiscal e recupere o crescimento da economia.

Doutor em economia pela New School for Social Research, em Nova York, Nelson Barbosa já participou do atual governo como secretário-executivo do ministro Guido Mantega, na pasta da Fazenda, no período de 2011 e 2013.

Próximo à Dilma, foi um dos responsáveis pelo desenvolvimento dos pacotes para combater a crise financeira internacional a partir de 2008, além do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e o Minha Casa, Minha Vida, de habitação.

Nos primeiros anos do governo Dilma, o nome de Barbosa era especulado como possível sucessor de Mantega no Ministério da Fazenda. Acabou deixando o governo em 2013, por divergências em relação à condução da política fiscal.

Defensor de políticas desenvolvimentistas, Barbosa ocupou diversos cargos na administração federal. Foi secretário de Acompanhamento Econômico, de 2007 a 2008, e secretário de Política Econômica, de 2008 a 2010, na pasta da Fazenda. Barbosa também foi presidente do Conselho do Banco do Brasil, entre 2009 e 2013, e membro do Conselho de Administração da mineradora Vale, de 2011 até o ano passado.

Suas experiências no governo também incluem passagens pelo Banco Central, no período de 1994 a 1997, pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), entre 2005 e 2006, e pelo próprio Ministério do Planejamento, em 2003, quando Guido Mantega chefiava a pasta.

Após deixar o cargo de secretário-executivo da Fazenda, Barbosa vinha atuando como professor titular da Escola de Economia de São Paulo da Fundação Getulio Vargas (FGV) e professor adjunto do Instituto de Economia (IE) da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). O economista também é pesquisador do Instituto Brasileiro de Economia (Ibre) da FGV.



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