Crescimento? Não! Juro sufocante

 

Opinião - 01/08/2003 - 12:33:22

 

Crescimento? Não! Juro sufocante

 

Vicente Barone .

Foto(s): Divulgação / Arquivo

 

A queda é pequena e o governo ainda fala em esperar até 60 dias. O que ele não sabe é que muitas empresas já estarão “quebradas” até lá.

A queda é pequena e o governo ainda fala em esperar até 60 dias. O que ele não sabe é que muitas empresas já estarão “quebradas” até lá.

A estratégia adotada pelo novo governo, desde a posse do presidente Lula, foi clara e objetiva. Alcançou bons resultados no aspecto macroeconômico. A principal preocupação foi a recuperação da credibilidade externa e a redução da inflação. Mas essa política, que é ainda fiscalmente mais rigorosa do que a do governo anterior e até da estabelecida pelo FMI, está se prolongando muito, causando graves efeitos colaterais, como a estagnação do setor produtivo e a conseqüente redução nos já baixíssimos níveis de emprego. É evidente a necessidade de tratar com a mesma prioridade a macroeconomia e a questão social.O novo governo precisa demonstrar capacidade de fazer isso imediatamente. Já pediu paciência demais ao povo e aos empresários; só o mercado financeiro não clama por uma mudança. A recente decisão do Banco Central de reduzir em l,5% a taxa Selic frustrou, mais uma vez, as esperanças do setor produtivo. O Governo tinha uma clara oportunidade de fazer um corte mais expressivo na taxa básica de juro. Confirmando o que outros índices já haviam evidenciado, o IPCA-15 indicou deflação, a primeira assinalada por esse indicador desde setembro de 1998. Não bastasse esse novo e enfático sinal de controle da inflação, continuam em curso a escalada do desemprego e a retração do rendimento médio dos trabalhadores. O desemprego bate sucessivos recordes. São quase 450 mil novos desempregados só nos seis meses do atual governo. A taxa de desocupação atingiu, em junho, alarmantes 13%; isso significa que 2,7 milhões de pessoas estavam desempregadas ou procurando emprego nas seis principais regiões metropolitanas. Por isso, representantes de trabalhadores e industriais esperavam que o Comitê de Política Monetária (Copom) tomasse, agora, a decisão de reduzir em pelo menos 2% a taxa Selic. No entanto, a nova equipe econômica preferiu insistir em sua política excessivamente cautelosa, conservadora, em flagrante contradição com o anúncio pelo presidente da República do início, em julho, do que denominou “o espetáculo do crescimento”. Sob esse aspecto, o ano de 2003 já pode ser considerado perdido. A dúvida, no momento, é se a expansão poderá começar no início de 2004. Os efeitos da decisão do Copom são praticamente nulos do ponto de vista do estímulo e do barateamento do crédito. As taxas exorbitantes cobradas de empresas, consumidores e pessoas físicas não terão alterações importantes. O BC não promoveu pelo menos uma diminuição dos níveis dos depósitos compulsório, aliás, uma modalidade extravagante, típica do Brasil, que remunera os recursos retidos pela taxa Selic. Nem isso fez. Se em condições macroeconômicas tão favoráveis a uma significativa redução dos juros, o Copom manteve uma política extremamente cautelosa, até insegura, fica a incerteza sobre o que fará nos próximos meses, quando a inflação poderá elevar-se em conseqüência do reajuste de tarifas. É difícil admitir que o presidente Lula continua aprovando mesmo essa política monetária.

A queda é pequena e o governo ainda fala em esperar até 60 dias. O que ele não sabe é que muitas empresas já estarão “quebradas” até lá.

A queda é pequena e o governo ainda fala em esperar até 60 dias. O que ele não sabe é que muitas empresas já estarão “quebradas” até lá.

A queda é pequena e o governo ainda fala em esperar até 60 dias. O que ele não sabe é que muitas empresas já estarão “quebradas” até lá.

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