Estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) divulgado neste fim de semana indica que se houvesse uma redução das desigualdades sociais no Brasil em 2% ao ano, o índice de homicídios cairia 11,6% até 2006. A projeção, feita com base em indicadores sociais e no número de assassinatos ocorridos no Rio de Janeiro e em São Paulo em 1999, aponta para a necessidade de combinação entre investimentos na prevenção e medidas que possibilitem o aumento de renda da população, associados à repressão, como estratégia eficaz de diminuição da violência. O estudo mostra que isoladamente os gastos em segurança pública não bastam para conter a criminalidade. Isso porque, se houvesse incremento de 10% ao ano nos investimentos com polícias, sem queda dos índices de desigualdades sociais, haveria aumento de até 26,42% nos número de casos de homicídios em São Paulo. O novo Plano Nacional de Segurança Pública, que deverá estar pronto até o final de agosto, vai ao encontro dos resultados da projeção do Ipea. Segundo o presidente do Conselho Nacional de Política Criminal e Penitenciária (CNPCP), Antonio Carlos Mariz de Oliveira, o conjunto de medidas dará atenção especial à prevenção e à redução das desigualdades sociais como mecanismo de combate à criminalidade.
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