Golpe de cursos utilizava adolescentes em Praia Grande em anúncio falso de empregos

 

Litoral - 27/07/2016 - 21:27:47

 

Golpe de cursos utilizava adolescentes em Praia Grande em anúncio falso de empregos

 

Da Redação com G1

Foto(s): Reprodução

 

Grupo detido nesta segunda-feira (25) em São Paulo e apresentado nesta quarta-feira (27) em Brasília na operação 'Fake Job'

Grupo detido nesta segunda-feira (25) em São Paulo e apresentado nesta quarta-feira (27) em Brasília na operação 'Fake Job'

Uma operação mobilizou mais de 20 policiais civis de Brasília nesta segunda-feira (25). Os agentes estiveram no município de Praia Grande, no litoral de São Paulo, onde prenderam oito pessoas por suspeita de fraudes envolvendo ofertas de emprego. O líder do grupo, Renan Romero Dias, continua foragido.

A empresa de Praia Grande, no litoral de São Paulo, suspeita de anunciar falsas vagas de emprego pelo país usava pelo menos 12 adolescentes para aplicar golpes, informou a Polícia Civil do Distrito Federal nesta quarta-feira (27).

Segundo as investigações, o grupo orientava jovens entre 12 e 17 anos a anunciar ofertas de emprego em sites e jornais. Os interessados, porém, eram informados que, para conseguir a vaga, deveriam fazer um curso à distância no valor de R$ 150 e em seguida descobriam que os empregos anunciados não existiam.

De acordo com o delegado Ataliba Neto, os adolescentes podiam trabalhar de casa e ganhavam comissão de R$ 25 para cada R$ 150 que conseguiam arrecadar. A estimativa é de que "centenas de milhares de vítimas" tenham caído no golpe em todo o país.

As investigações começaram no DF há um ano após denúncias de vítimas em Brasília. As apurações acabaram levando a uma empresa de recursos humanos, que funcionava como call center em SP. De acordo com a Polícia Civil, a empresa era comandada por Renan Romero Dias, que até esta quarta seguia foragido.

Ao todo, 22 agentes da Coordenação de Repressão aos Crimes contra o Consumidor, à Ordem Tributária e a Fraudes (Corf) foram enviados até o litoral de São Paulo para cumprir 12 mandados de prisão e dois de busca domiciliar durante a operação batizada de ‘Fake Job’. Seis mulheres e dois homens foram detidos.

Renan Romero Dias segue foragido

Segundo a delegada Ângela Santos, Renan Romero Dias tem passagens por estelionato desde 2005. Com os golpes, a polícia suspeita que ele tenha acumulado patrimônio incluindo quatro apartamentos, quatro casas, dois terrenos, três carros e uma moto. Os valores que o esquema movimentou e o tamanho do patrimônio ainda eram calculados até a prisão do grupo.

"O chefe se apresentava na periferia como empresário bem sucedido, atraindo a atenção dos jovens, que trabalhariam para ele. Eles não sabiam que nenhuma vaga de fato era oferecida", disse o delegado Ataliba Neto. Uma das presas é a mulher do suposto líder do esquema, que era responsável pela "contabilidade" dos golpes.

As prisões preventivas (por tempo indeterminado) foram decretadas pela 2ª Vara Criminal de Brasília. Como elas ocorreram em São Paulo, as polícias locais também ajudaram na operação. O grupo foi levado até o DF em carros da carceragem.

Os suspeitos foram indiciados por estelionato e organização criminosa. A pena prevista é de até 13 anos de prisão. Na delegacia, um deles disse ter sido detido por engano porque a empresa, que empregava o primo dele, chegou a usar seus dados para aplicar golpes. Ele negou ter conhecimento de quas vagas eram falsas.

O líder do grupo, identificado como Renan Romero Dias, continua foragido e a polícia investiga seu paradeiro. Denúncias podem ser feitas por meio do telefone 181.

 



Links
Vídeo