Lauro Michels recebe autorização da Câmara para Diadema se retirar do Consócio Intermunicipal

 

ABCD - 09/07/2017 - 22:03:39

 

Lauro Michels recebe autorização da Câmara para Diadema se retirar do Consócio Intermunicipal

 

Da Redação .

Foto(s): Divulgação / Arquivo

 

Lauro Michels, PV, prefeito de Diadema

Lauro Michels, PV, prefeito de Diadema

Diadema administrada pelo prefeito verde Lauro Michels, PV, reeleito para mais quatro anos de mandato em 2016, recebeu a autorização da Câmara para que a cidade possa se retirar do Consórcio Intermunicipal.

A queda de braço entre o prefeito de Diadema e o presidente da entidade, o prefeito de São Bernardo do Campo, Orlando Morando, só vai, na realidade, prejudicar os munícipes diademenses.

A primeira reação é a retirada de Diadema da lista que foi apresentada pelo Consórcio para o Ministério das Cidades buscando recursos para projetos de Mobilidade Urbana.

O Projeto "Avançar Cidades deverá ter um investimento por parte do governo federal da ordem de R$ 5,9 bilhões para serem investidos em saneamento básico e mobilidade urbana, de acordo com o diretor da Casa do Grande ABC, recentemente inaugurada em Brasília, Leonardo Queiroz.

O Consórcio já efetuou gastos de cerca de R$ 32 milhões para o desenvolvimento dos projetos básicos e funcionais e Diadema estava na previsão com várias intervenções (corredores de ônibus nas avenidas Dona Ruyce Ferraz Alvim, Casa Grande, Antônio Dias Adorno e Piraporinha – dentro do eixo Leste-Oeste), apesar de não ter desembolsado um centavo sequer e estar com uma dívida junto aos cofres da entidade de mais de R$ 10 milhões.

Diadema, portanto, vai se retirar na pior hora. Está seria a última fase do processo e, após a aprovação final do projeto pelo governo federal ter-se-ia o início do plano executivo das obras com o lançamento das licitações já para o início das obras.

O prejuízo na atitude de Lauro, caso queira dar continuidade no projeto de Mobilidade Urbana para Diadema será, além de buscar as verbas de forma individual utilizando emendas e aprovação do Tesouro Nacional, teria de arcar com todo o projeto executivo. O problema está na capacidade de endividamento do município que, dificilmente, conseguiria suportar tais investimentos sozinho.

Lauro Michels alega que a cidade não possui recursos para pagar as mensalidades da Consórcio, mas estranhamente ocupou assento na entidade durante o período em que deixou de recolher suas parcelas, desde 2014.

“É um equívoco achar que se resolve saneamento, Mobilidade Urbana e Habitação dentro do âmbito municipal. É a visão do prefeito de uma cidade pequena do Interior, que ainda não percebeu que administra um município inserido na Região Metropolitana de São Paulo e que tem 400 mil habitantes”, disparou Mário Reali, PT, ex-prefeito de Diadema.

“Ribeirão Pires, na minha gestão, sofria para fazer o pagamento e chegamos a parcelar algumas dívidas. Mas o Consórcio sempre foi receptivo para conversar e entender os problemas de cada prefeito. E hoje vivemos um momento importante com o escritório em Brasília, que era uma demanda que finalmente foi cumprida, com dez anos de atraso”, disse Clóvis Volpi, atualmente sem partido, ex-prefeito de Ribeirão Pires.

“Neste momento de crise, a regionalidade precisa ser fortalecida e a entidade trouxe avanços para a região. É um passo atrás”, afirmou o ex-prefeito de Rio Grande da Serra, Ramon Velásquez, PT.

Especialistas afirmam que na situação atual a busca solitária por recursos, que estão cada vez mais escassos, dificulta a gestão de pequenos municípios. Para esses especialistas a união em grupos regionais com projetos que integram uma região maior possuem uma maior possibilidade de sucesso. O caso de Diadema, para esses especialistas, é um verdadeiro "tiro no próprio pé".

Para o prefeito de São Bernardo do Campo e atual presidente do Consórcio, Orlando Morando, PSDB, a atitude de Lauro Michels é repleta de atitudes contraditórias e incoerentes.

“Quem perde é a população de Diadema. O Consórcio é uma ferramenta de auxílio aos municípios e ao longo de toda a sua existência cumpriu papéis importantes que, inclusive, beneficiaram Diadema. Por exemplo, os piscinões que chegaram à região sempre foram pauta de debate e aprimoramento do Consórcio. Quando os piscinões chegaram a Diadema, o atual prefeito não estava na vida pública, então, ele desconhece esse lado da história, de realização do Consórcio”, disparou Orlando Morando.

“Muito me estranha ele sair justificando o custo para quem não paga. Ele não paga o Consórcio há quase quatro anos, então, tem algum desequilíbrio na sua forma de decidir. A justificativa do valor da contribuição não se sustenta, porque ele já não paga o Consórcio, então, tem alguma coisa faltando: coerência”, complementa Morando.

O risco de a dívida de Diadema ser registrada na dívida ativa é grande. O valor de cerca de R$ 10 milhões com o Consórcio já está consolidada e a saída Diadema terá de arcar integralmente com o valor e, caso venha a ser incluída na Dívida Ativa, perderá as certidões que são obrigatórias para a assinatura de convênios com o Estado de São Paulo e com a União podendo, inclusive, ter bloqueio de valores já programados para investimento na cidade.

 



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