Em reunião realizada ontem entre o Gaorp (Grupo de Apoio às Ordens Judiciais de Reintegração de Posse) e lideranças do MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto) ficou decidida uma prorrogação de mais 120 dias dos invasores no terreno de São Bernardo do Campo.
Participam da reunião o presidente do Gaorp, juiz Valdir Ricardo Lima Pompeo Marinho; os advogados da incorporadora, Francisco Diogo Magnani e João da Costa Faria; os advogados do movimento social, Felipe Eduardo Narciso Vono e Ramon Arnus Koelle; o secretário de Habitação de São Bernardo, José Abukater Neto, o secretário de Assuntos Jurídicos e Cidadania da cidade, José Carlos Gobbis Pagliuca; e representantes da procuradoria-geral do município.
A reunião tinha por objetivo fazer cumprir a ordem de reintegração de posse do terreno invadido por integrantes do movimento, no bairro Assunção, em São Bernardo do Campo, de propriedade da MZM Incorporadora, que foi invadido em 2 de setembro, de uma maneira com menos conflito.
Os representantes do MTST defenderam a prorrogação do prazo de permanência no terreno invadido por mais 120 dias por estar sendo negociado, com representantes do governo do Estado de São Paulo, proposta de outros locais para que seja iniciado plano habitacional que venha a beneficiar as famílias que invadiram o local pertencente aà MZM.
A representante da Procuradoria do Estado, Inês Maria dos Santos Coimbra de Almeida Prado, manifestou-se a favor de postergar a decisão de reintegração com uma nova reunião com o Gaorp para que o governo estadual e o MTST consigam chegar a um acordo sobre um possível projeto que venha a contemplar as famílias que invadiram ilegalmente o terreno particular em São Bernardo do Campo, no ABC paulista.
Segundo o advogado do MTST, Felipe Eduardo Narciso Vono, este prazo para uma nova reunião com o Gaorp compreende os 120 dias solicitados pelo governo do Estado para que o acordo seja eventualmente firmado. O representante da MZM, João da Costa Faria, afirmou que a construtora aguarda o cumprimento da decisão da Justiça de reintegrar o terreno que foi invadido por integrantes do MTST em setembro, já passando de 90 dias.
O representante da Procuradoria de São Bernardo do Campo, Frederico Augusto Pereira, deixou claro que a reintegração da área não interferiria no processo de negociação entre o MTST e o governo estadual já que não está incluso, na opção das propostas realizadas, o terreno que foi invadido em setembro e, dessa forma, a PM (Polícia Militar) poderia dar apoio na reintegração de posse já julgada em primeira e segunda instâncias do terreno. O Estado e o MTST poderiam seguir suas negociações paralelamente sem mais interferir e prejudicar os moradores da região do terreno invadido.
Na avaliação do presidente do Gaorp, juiz Valdir Ricardo Lima Pompeo Marinho, ficou claro e de forma consensual que o terreno invadido pelos integrantes do MTST não tem condições de abrigar aqueles que se instalaram no local. No entanto, o juiz fez ressalva de que seria necessário um prazo maior para que o Estado e o MTST finalizem uma negociação em busca de um terreno que contemple os invasores.
"Não tem que postergar mais nada... já foi decidido em primeira e segunda instâncias a reintegração. Como disse o representante da Procuradoria de São Bernardo, desocupem o terreno e continuem a negociação paralelamente", disse Ricardo Germano Martins, morador de São Bernardo, nas redes sociais.
"Basta tirar os paus e plásticos, pois não tem ninguém... Ridículo", disse André Luis Strufaldi, também de São Bernardo.
"Enquanto isso lonas vazias acumulam água da chuva e mosquitos", dispara Adriana Franco Jalys, moradora do município.
"A representante da Procuradoria do Estado, Inês Maria dos Santos Coimbra de Almeida Prado, em sua fala também manifestou interesse de postergar a reunião com o Gaorp para que o governo estadual e o MTST consigam entrar em um acordo sobre possível projeto que possa contemplar as famílias que vivem na ocupação/// com essa fala da procuradora, esta dando margem a todos que não tem imoveis a invadir qualquer lugar, dai o governo (o povo) dinheiro de nossos impostos fazer moradias para os invasores , Brasil sendo tudo errado", comenta José carlos Pires nas redes sociais.
"O governo de Geraldo Alckmin se mostrou fraco e submisso aos invasores. A lei deve ser cumprida e o juiz errou a permitir que fiquem mais 120 dias no terreno perturbando a paz dos legítimos moradores da região", dispara Maria Aparecida.