O diretor-geral da Polícia Federal, Fernando Segóvia, entregou na última sexta-feira, dia 15, à presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministra Cármen Lúcia, um relatório parcial sobre a investigação para apurar menções a ministros da corte em áudios entregues pela empresa JBS à Procuradoria-Geral da República.
Segóvia permaneceu pouco menos de meia-hora no gabinete da presidente do órgão máximo da Justiça brasileira, a cujo pedido a investigação fora aberta. Ao ser abordado por jornalistas à saída do encontro, ele não respondeu a perguntas, comentando que as conclusões da investigação parcial "estão nas mãos da ministra Cármen Lúcia" e que "tão logo haja uma análise, ela deverá expor ao público quais são essas conclusões".
No início de setembro, a ministra pediu ao então diretor-geral da PF, Leandro Daiello, que abrisse uma investigação célere para apurar as menções a ministros do STF, feitas em áudios entregues pela JBS no contexto do inquérito de corrupção. A finalidade é embasar as delações premiadas de Joesley Batista e Ricardo Saud, executivos da empresa.
Nos áudios, que tiveram o sigilo retirado pelo ministro Edson Fachin, os delatores Batista e Saud conversam de forma descontraida sobre o temor, expresso por uma integrante da equipe de advogados da empresa de alimentos JBS, de que a delação de ambos pudesse atingir ministros do Supremo.
Logo após a liberação dos áudios, a ministra divulgou nota e, de forma inédita, gravou um vídeo dirigindo-se à sociedade brasileira. Nele, explica que a investigação seria necessária para eliminar dúvidas sobre os integrantes do órgão que lidera, já que "agride-se, de maneira inédita na história do país, a dignidade institucional deste Supremo Tribunal e a honorabilidade de seus integrantes".